Laços de família

Os grandes mestres sempre deixam ensinamentos que valem para todos os tempos. A gente lê séculos depois e parece que foram escritos hoje. Kahlil Gibran, poeta, pintor e filósofo de origem libanesa, provoca ainda agora uma boa reflexão ao abordar um tema tão importante como a relação humana e espiritual na família, principalmente entre pais e filhos. Ele diz:


“Teus filhos não são teus filhos. São filhos e filhas da Vida, anelando por si própria.
Vem através de ti, mas não de ti. E embora estejam contigo, a ti não pertencem.
Podes dar-lhes teu amor, mas não teus pensamentos, pois que eles têm seus pensamentos próprios.
Podes abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois que suas almas residem na casa do amanhã, que não podes visitar sequer em sonhos.
Podes esforçar-te por te parecer com eles, mas não procureis fazê-los semelhantes a ti, pois a vida não recua, e não se retarda no ontem.
Tu és o arco do qual teus filhos, como flechas vivas, são disparados”.
E encerra: “Que a tua inclinação, na mão do arqueiro, seja para a alegria”.

Quando a Bruna, minha filha mais nova, me enviou este texto, um arrepio percorreu meu corpo por inteiro, pois, sem que ela soubesse (está morando em Porto Alegre), o tema mais recente das palestras que tenho feito é “Dimensão Parental e Espiritual dos Laços de Família”.

 
Minha fonte está nos evangelhos de Marcos, 3. 20 a 35, e de Mateus, 12. 46 a 50, em que Jesus, em meio a uma pregação e informado que sua mãe e seus irmãos estavam ali para buscá-lo pergunta: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”. E imediatamente responde: “Porque todo aquele que faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.


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Ao contrário do que disseram os incrédulos, Jesus não estava negando sua família parental, mas apenas aproveitou a oportunidade para ensinar que além dos laços de sangue existem os laços de amor (universais) e os laços espirituais (imortais), e que todos os seres reunidos numa mesma família, seja em relações harmoniosas ou conflitantes, tem como grande finalidade o aprendizado uns com os outros e a evolução individual. Muitas vezes é nas lições mais difíceis que estão os maiores ensinamentos. Agora e depois.


Semana cheia
Tivemos uma semana com muitas pautas relevantes, polêmicas e impactantes. Na segunda-feira a cidade parou com a manifestação dos trabalhadores do transporte coletivo. Quase duas horas de braços cruzados sobre o volante foram suficientes para demonstrar a importância do setor.

Coletiva
Na terça-feira todos pararam para ouvir a coletiva de imprensa do prefeito, na expectativa de que fossem anunciadas decisões que ajudassem a resolver o impasse do reajuste salarial dos trabalhadores, atrasado desde fevereiro. Uma coisa não está diretamente ligada à outra, mas no fundo passa pela questão financeira.

Sem novidades
O histórico “um passinho à frente no corredor”, que há muito tempo não se ouve mais, acabou não acontecendo. Os empresários esperavam o anúncio de um aditivo ao subsídio de R$ 4 milhões, que pudesse manter a tarifa em valores mais próximos dos atuais. No ano passado foram quase R$ 20 milhões. Repassar o custo desta diferença ao usuário é a grande preocupação, afinal, quanto maior a tarifa, menor, em tese, deve ser o número de passageiros.

Aplicativos
A prefeitura, informou o procurador jurídico Guilherme Cortez, deve encaminhar à Câmara de Vereadores projeto de um novo subsídio, porém não disse quando e nem quanto. O procurador declarou também que o Executivo deve mandar para a Câmara um projeto de regulamentação dos aplicativos, que o prefeito disse em sua fala, acabam impactando no transporte público.

Competências e responsabilidades
A questão é saber como o sistema reagirá e até quando terá fôlego (e caixa) para suportar perdas que vem se acumulando nos últimos anos. A competência legal é do município, mas a responsabilidade é também das demais instâncias do poder público, que continuam arrecadando muito mais do que devolvem.


Bombeiros e o Funrebom
Outro debate importante desta semana foi sobre recursos, equipamentos e efetivo do Corpo Militar de Bombeiros na cidade. O ponto central foi o Fundo de Reequipamento do Corpo de Bombeiros. Luiz Fernando Pacheco, ex-presidente da Cacism e do Funrebom, voltou a destacar a perda de arrecadação que a cidade teve com a extinção do órgão, por decisão do governo do Estado, caindo de mais de R$ 1 milhão por ano, para menos de R$ 200 mil.

Voz do comando
O comandante regional do Corpo Militar de Bombeiros, coronel Sallet, disse que a mudança atendeu uma recomendação do Ministério Público, acatada pelo governo do Estado, criando o Fundo Estadual dos Bombeiros, para onde vão todos os recursos arrecadados pela corporação. Garantiu que não existe déficit humano nem de equipamentos, mas que está sendo realizado estudo para aumento do efetivo.

Quartel da Região Oeste
Sobre a desativação do Quartel no Parque Pinheiro Machado, preocupação de toda a Região Oeste, e que foi transferido para Camobi, declarou que foi uma decisão do comando anterior, mas que há um estudo para reativar a unidade do Parque Pinheiro, mantendo ambas em funcionamento.

Números
Do ponto de vista numérico, não há dúvida de que Santa Maria teve, sim, uma enorme perda de arrecadação. E isto causa preocupação, porque a distribuição e a fiscalização ficam mais distantes.


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