Em muitas famílias, é comum adultos fazerem brincadeiras com crianças de maneira que pode parecer inofensiva, mas, sem perceber, acabam ultrapassando limites importantes. Um exemplo é fazer piadas ou tocar em partes do corpo da criança de forma inadequada. Apesar de parecerem brincadeiras, atitudes assim podem confundir a criança e afetar sua compreensão sobre respeito e privacidade.
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Guias de educação sexual destacam a importância de ensinar às crianças, desde cedo, que seu corpo é privado e deve ser respeitado. Quando os adultos não respeitam esses limites, mesmo sem intenção de causar mal, criam um ambiente onde a criança pode ter dificuldade em estabelecer barreiras saudáveis no futuro. Isso também pode deixá-la mais vulnerável em situações de risco, como abuso sexual.
Para enfrentar essa situação, o primeiro passo é os adultos refletirem sobre seus comportamentos e evitarem atitudes que possam desrespeitar o espaço da criança. Além disso, é essencial ensinar às crianças que ninguém, mesmo pessoas próximas, deve tocar em seu corpo de forma que as deixe desconfortáveis. Criar um ambiente de respeito é fundamental para o desenvolvimento saudável.
Sexualização precoce
Alguns comentários feitos em tom de brincadeira também podem levar a sexualização precoce e compreensão nociva de como devem ser as relações humanas. Exemplos podem ser de um adulto falar para uma criança que quando crescer vai levá-la a uma “casa de entretenimento adulto” para que tenha suas primeiras relações com o sexo oposto. Esse tipo de discurso expõe crianças a ideias sobre sexualidade de forma inadequada, antes de estarem prontas para compreender esses temas.
A sexualização precoce pode causar impactos negativos, como confundir a visão da criança sobre relacionamentos e valores. Guias de educação sexual reforçam que a infância é uma fase de aprendizado sobre respeito e limites, e expor crianças a discursos dessa natureza pode interferir nesse processo. Portanto, deve-se evitar brincadeiras ou comentários que antecipem comportamentos da vida adulta de forma desnecessária. Em vez disso, promova conversas respeitosas e adequadas à idade da criança.
Dados recentes sobre autismo
Muitas pessoas com autismo podem levar anos até receberem um diagnóstico correto, especialmente quando os sinais são confundidos com outros transtornos, como fobia social ou traços de personalidade mais reservados. Isso acontece porque os sintomas podem ser parecidos, como dificuldade em interações sociais ou preferência por estar sozinho.
No entanto, de acordo com estudos recentes publicados no periódico Lancet Psychiatry, estimou-se que 1 em cada 127 pessoas no mundo estivesse no espectro do autismo, o que representa cerca de 61,8 milhões de indivíduos globalmente. A prevalência é maior entre homens, com 1 em cada 94, enquanto entre mulheres é de 1 em cada 197. O autismo é uma das 10 principais causas de problemas de saúde não fatais em pessoas com menos de 20 anos. A condição tem um impacto significativo na qualidade de vida, medido por anos ajustados por incapacidade, que refletem o tempo que as pessoas vivem com limitações graves.
Em crianças menores de 5 anos, esse impacto é maior e diminui com a idade. As regiões mais afetadas são aquelas com maior renda, como Ásia Pacífico, enquanto as taxas são mais baixas no sudeste da Ásia e Oceania. No Brasil, há poucos dados disponíveis, mas sabe-se que muitas crianças e adolescentes não recebem diagnóstico e tratamento no momento certo, sendo necessário investimento em políticas públicas para apoiar essas pessoas e suas famílias.