Os desafios das cidades que estiveram no Brussels Urban Summit 2023

O Brussels Urban Summit 2023 reuniu mais de 300 cidades e mil representantes da sociedade civil com objetivo de trocar ideias sobre os principais desafios das grandes cidades e definir prioridades para torná-las mais sustentáveis. Em três dias, na metade deste mês, a prefeitura de Santa Maria representou o Brasil ao lado de outras duas cidades.

No evento, estiveram presentes representantes da Cúpula Urbana de Bruxelas (BUS), formada por três entidades: a Eurocities – rede de grandes cidades da Europa, criada em 1986 pelos prefeitos de Barcelona, Birmingham, Frankfurt, Lyon, Milão e Rotterdam – , a Metropolis – associação colaborativa de cidades que trabalha para tornar as grandes cidades em sociedades mais sustentáveis – e a Champion Mayors for Inclusive Growth Initiative – organização formada por países membros e parceiros estratégicos dedicados ao desenvolvimento econômico.

Entre vários assuntos que foram destacados, trago a fala de prefeitos que podem nos ajudar com aprendizados sobre cidades sustentáveis e inovadoras.

Bruxelas –mobilidade urbana

“Bruxelas não é uma cidade apenas para motoristas de veículos, mas, sim, uma cidade para todos”, disse o prefeito Philippe Close no dia de abertura do Summit.

É verdade! Nós, turistas, percebemos isso quando nos deslocamos pelo centro: os pedestres, os ciclistas e aqueles que preferem os patinetes elétricos têm seu espaço e são respeitados no trânsito.

Barranquilla – educação e mercado de trabalho para incluir

O prefeito de Barranquilla, Jaime Pumarejo, disse que não se pode simplesmente alcançar alimento para resolver o problema da inclusão, mas, sim, implantar uma educação de qualidade, capaz de capacitar as pessoas para que acessem o mercado de trabalho e realmente mudem sua condição de vida.

Paris – percepção da natureza local

“O respeito pela natureza é vital na busca do desenvolvimento sustentável”, disse a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a primeira mulher eleita para presidir a cidade.

A identificação de uma cidade com a sua natureza local dá vida àquela cidade. O Rio Senna é um espaço de vida para as pessoas em Paris. E para que o Senna tenha condições de balneabilidade, ele precisa ser limpo. Para que suas margens sejam espaços de convivência, precisa ser agradável. A partir da natureza local, as cidades podem construir espaços para melhorar o bem-estar mundial e diminuir o impacto do clima nas cidades.

Atenas – revitalização

“Atenas é a segunda cidade mais densa da Europa. Possui uma área a apenas 5 quilômetros do centro totalmente degradada. Há 20 anos, tentamos recuperar. Temos um projeto para revitalização, com previsão para quadras de esportes, inclusive construção de um estádio de futebol. Muitos espaços verdes estão projetados para diminuir o calor e melhorar a qualidade do ar. Todos os anos, a Europa rompeu recordes de temperaturas altas. Sabemos que morrem mais de 300 pessoas por ano de calor. Estamos tentando conscientizar as pessoas, para que plantem muitas árvores na cidade, aumentem as áreas verdes. A questão do calor em Atenas é uma pauta tão importante que tem um planejamento estratégico próprio no governo municipal”, relatou o prefeito de Atenas, Kostas Bakoyannis.

Montevidéu – desenvolvimento social e econômico

“Nosso foco principal são as pessoas. A saúde das pessoas é o mais importante, e entendemos que não existe saúde sem trabalho para as pessoas, por isso, para o desenvolvimento, é necessário gerar empregos. Nossa maior preocupação na pauta de futuro é a água da cidade. Três anos consecutivos de seca, afetaram a água doce potável da cidade e nos obrigou a usar a água salgada do Rio da Prata para atender a demanda da cidade. Com isso, aumenta muito o custo de tratamento e piora a qualidade da água. Estamos também doando água engarrafada para os mais vulneráveis. Temos muitas ações para melhorar, espaços verdes para criar e principalmente, combater a falta de água para as pessoas”, disse a prefeita de Montevidéu Carolina Cosse.