Deni Zolin

UFSM e Fatec vão construir Rota Elétrica Mercosul, com R$ 14 milhões de investimentos

Professores da UFSM vão desenvolver o projeto e instalar uma rede de eletropostos para recarrega rápida de veículos elétricos da chamada Rota Elétrica Mercosul, num trajeto de 905 km entre Torres e Chuí, na divisa com o Uruguai. O primeiro eletroposto será instalado em outubro, e a previsão é que, na metade de 2023, todos já estejam funcionando e disponíveis aos motoristas. O custo total do projeto será de R$ 14 milhões.

A Rota Elétrica Mercosul é resultante de um projeto do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aprovado por meio de chamada pública, com recursos bancados pelo Grupo Equatorial Energia, que comprou a CEEE-D. A UFSM vai executar o projeto, com apoio da Fatec.

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As estações de recarga rápida de carros elétricos serão instaladas em um percurso que parte de Torres e passa pelas cidades de Porto Alegre, Camaquã e Pelotas além de possuir pontos de recarga na cidade portuária de Rio Grande e nos municípios de Jaguarão e Chuí, que fazem divisa com o Uruguai. Isso possibilitará viajar de carro elétrico até o Uruguai, que já possui uma rota de estações de recarga. A partir dali, também será possível chegar a Buenos Aires, na Argentina, pela travessia do estuário do Prata. Além disso, há a possibilidade de interligação com o Paraguai seguindo pelas estações de recarga que já existem das Celesc e da Copel, no Paraná.

Alzenira Abaide, professora da UFSM e coordenadora do projeto, destaca:

- A integração é o trajeto que se conecta. Além de todo o benefício ambiental na utilização de veículos elétricos, os três estados da região Sul do Brasil recebem muitos turistas que vêm do Uruguai, Argentina e Paraguai em direção ao litoral. Vamos colocar à disposição uma rota elétrica, reduzindo o custo da viagem e fazendo o turismo da região Sul ser ainda mais atrativo.

No Rio Grande do Sul, as estações começarão a ser instaladas a partir de outubro em locais em que já existem conveniências para que o motorista esteja em um local seguro para fazer a sua recarga. Segundo Alzenira, esta etapa do projeto levará um ano.

- Depois, terá a parte da comunicação, em que teremos um aplicativo que informa em tempo real se a estação está disponível ou se está ocupada e também a funcionalidade de reserva de horário, para evitar filas. Tudo isso está sendo estudado e modelado. Estamos dando muita atenção ao conforto dos consumidores que vão trafegar pela rota, que em meados de 2023, já estará em funcionamento.

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Após as estações estarem funcionando, será iniciada uma próxima etapa do projeto, que é de analisar o comportamento das estações e fazer melhorias.

- Nessa fase de testes, possivelmente não haverá nenhuma cobrança pelas recargas. A legislação relacionada à cobrança de energia, atualmente, ainda não contempla esse tipo de situação. Hoje, apenas as concessionárias podem cobrar pela venda de energia. Para o futuro, nós temos um sonho de integrar as cobranças.

Do ponto de vista técnico, as estações da Rota Mercosul terão capacidade de fazer recargas rápidas, em 30 minutos, já que as estações de recarga semirrápidas levam de 4h a 8h, e as lentas, de 8h a 12h, não sendo recomendadas para uso em estradas.

Alzenira citou que há alguns fatores que influenciam no tempo de viagem, como o estado da bateria do veículo e a quantidade de carga que ela apresenta na hora do abastecimento e imprevistos, como congestionamentos. Por isso, apesar de os veículos elétricos apresentarem, em média, 390 km de autonomia, as estações de recarga rápida serão montadas a cada 100 km, para dar ainda mais segurança e tranquilidade aos viajantes.

- Pretendemos colocar uma microrrede junto às estações, com aerogeradores e painéis fotovoltaicos. Durante o dia, com sol e/ou vento, a geração de energia se tornará ainda mais limpa. Outra frente do projeto analisará o impacto dos abastecimentos para a rede.

A equipe que participará do projeto é composta por um pesquisador que vai analisar os impactos das estações no sistema, outro que cuidará da parte de comunicações entre as estações e os veículos, um terceiro que vai desenvolver os aplicativos e um quarto pesquisador que vai auxiliar a equipe nas soluções matemáticas para que tudo funcione bem. Além disso, três doutorandos auxiliarão no projeto.

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