Deni Zolin

Infelizmente, pacientes com Covid começam a morrer por falta de leitos no Estado

Aquela situação dramática que ninguém esperava ver aqui no Rio Grande do Sul, infelizmente, começou a ocorrer. Ontem, na cidade de Santo Augusto, uma mulher de 37 anos, moradora de Chiapetta, morreu porque não conseguiu leito de UTI. Segundo o site Santo Augusto Urgente, ela chegou a ser intubada e cadastrada na Central de Leitos do Estado para conseguir uma vaga de UTI, porém não teve sucesso na tentativa de ser internada numa unidade de terapia intensiva. Acabou morrendo. Na quinta passada, em Nova Prata, na Serra, uma mulher de 73 anos também faleceu porque ficou três dias à espera de um leito de UTI Covid. Dias antes, um homem de 45 anos também perdeu a vida em Canoas, porque não conseguiu atendimento em UTI.

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Nesta segunda, no Estado vizinho de Santa Catarina, foram seis mortes de doentes com Covid que não conseguiam leitos de terapia intensiva apenas na cidade de Xanxerê. Aqui em Santa Maria e região, até o final da tarde desta segunda, ainda não havia relatos de problemas parecidos. Porém, no Hospital Universitário (Husm), a informação era de que já havia 18 pacientes na fila por leitos clínicos e de UTI, não só para Covid. Outros hospitais de Santa Maria estão praticamente lotados - muitas vezes, os leitos vagam só durante o tempo de fazer a limpeza e preparação para um novo paciente. Em Santiago, o Hospital de Caridade estava ontem com 100% dos 10 leitos UTI Covid ocupados, e para os 17 leitos clínicos Covid, havia 26 pacientes - taxa de 152,9% de ocupação. Em Agudo, o hospital estava com 111% de ocupação dos 9 leitos UTI Covid.

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Portanto, se as pessoas não ficarem em casa, quando possível, e não respeitarem as regras da bandeira preta e de uso de máscara e higienização de mãos, o vírus continuará se proliferando de forma descontrolada. Ainda estamos "colhendo" agora os novos casos das pessoas que se contaminaram durante o feriado de Carnaval. Portanto, nos próximos dias, a situação tende a piorar, infelizmente.

E não adianta querer falar em mais leitos agora. Os próprios médicos dizem que o maior problema é a falta de profissionais. Diante disso, a colaboração de todos é fundamental. As aulas presenciais podem esperar mais algumas semanas, até tudo voltar ao controle. A viagem de férias também. Claro que a economia preocupa muito, já que muitas empresas correm o risco de quebrar e de gerar desemprego. Porém, se a pandemia sair fora do controle, poderá ficar ainda pior. O que falta, na realidade, é apoio dos governos para essas empresas evitarem a quebradeira. Mas também sabemos que o cofre do Estado e da União tem limites e não poderá socorrer a todos, lamentavelmente. A situação é muito complexa.

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