Deni Zolin

Falta de reajuste da tarifa deve deixar trabalhadores sem reposição salarial

A decisão da prefeitura de não conceder reajuste do preço da passagem do transporte coletivo em Santa Maria preocupa o sindicato dos motoristas, cobradores e funcionários das empresas do setor, o Sitracover. Segundo a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), se a prefeitura mantiver essa decisão, não há como reajustar o salário da categoria, cuja data-base é em fevereiro. O presidente do Sitracover, Rogério Santos da Costa, diz que os trabalhadores do transporte coletivo tiveram o último reajuste em 2019 e que será complicado ficar mais um ano sem, ao menos, a reposição da inflação. Desde fevereiro de 2019, a inflação do IPCA acumula 18,7% de alta. No caso de um trabalhador que ganha R$ 2 mil mensais, por exemplo, teria de receber R$ 370 de reajuste só para cobrar as perdas da inflação nesse período.

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De acordo com Costa, já existe uma insatisfação geral da categoria com uma série de fatores, pois o corte de 50% dos cobradores de ônibus, autorizado pela prefeitura durante a pandemia, causou impacto no trabalho dos motoristas, na avaliação dele.

- Ficar três anos sem reajuste salarial é complicado. Além disso, o pessoal está muito cansado. O que se vê não só em Santa Maria, mas em outras cidades Brasil afora, é de acabar com cobrador. E acabando com ele, o motorista vai dobrar a função dele. Cobrador ajuda na limpeza do veículo, ajuda o idoso e pessoas deficientes a embarcar. Tem lugares que o motorista precisa fazer manobra de ré e o cobrador desce para cuidar. Só que o motorista passou a assumir tudo isso. E com catraca lá atrás, é diferente do que se tivéssemos ônibus com catraca na frente. Se dá um problema na catraca, o motorista tem de puxar freio de mão do veículo e ir lá atrás resolver um problema - diz Costa.

Greve?

Questionado se a falta de reajuste salarial faz a categoria cogitar uma greve, o presidente do Sitracover não descartou essa possibilidade.

- Tudo é possível. Retorno das férias nos próximos dias e vamos ouvir a categoria. Pelo que se sabe, pessoal está com nervos à flor da pele - disse.

Na sexta, a coluna trouxe com exclusividade a informação de que a prefeitura negou o pedido de reajuste da tarifa e que estuda cortes de custos no transporte coletivo para evitar a necessidade de aumento da passagem.

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