Falta mobilização em torno da reconstrução de ponte e de duplicação da RSC-287

Falta mobilização em torno da reconstrução de ponte e de duplicação da RSC-287

Foto: Beto Albert

É preocupante a falta de união e mobilização de Santa Maria e região para tentar pressionar por mudanças. Quase todos os dias, a gente escuta pessoas e lideranças reclamando do atraso na reconstrução da ponte sobre o Arroio Grande, na RSC-287, e também por problemas na concessão. Porém, não há união nem mobilização política e empresarial para pressionar a Rota de Santa Maria e o governo do Estado a tomar alguma atitude. A população se queixa nas rodas de conversa e nas redes sociais, algumas lideranças até fazem críticas pontuais, mas fica por isso mesmo.


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O Ministério Público tem feito cobranças e até ganhou uma liminar na Justiça para isentar a cobrança de pedágio apenas para moradores de Palma, enquanto a Câmara de Vereadores de Santa Maria criou uma comissão para tratar da demora da ponte e para tentar antecipar a duplicação no trecho de Santa Maria.


A Rota de Santa Maria havia prometido iniciar a obra da ponte em novembro e concluí-la em março de 2025. Já estamos no fim de março e nada da obra. A Rota diz que apresentou o projeto da ponte em 15 de novembro e que tem enviado informações pedidas pela Secretaria de Reconstrução do Estado. A Rota espera que o projeto seja aprovado nos próximos dias para iniciar a obra logo. Ressalta que a nova ponte será significativamente maior, mais alta e mais extensa. A secretaria não se pronunciou sobre o caso.


Nesta terça-feira (18), o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT). fez críticas a essa situação na Comissão de Assuntos Municipais (CAM) da Assembleia Legislativa.


– São cinco praças de pedágios instaladas e cobrando tarifa dos usuários, mas com obras andando a passo de tartaruga. O risco diário é de muitos acidentes, pois com todo o estrago que aconteceu na enchente do ano passado, ela continua absolutamente precária. Os acidentes continuam acontecendo e nos mostram o risco e o perigo que enfrentamos – destacou Valdeci, criticando também a demora para reconstruir a ponte sobre o Arroio Grande.


– A tranqueira é enorme, pois o trânsito é mais lento e na sequência tem um “pare e siga”, fazendo com que as pessoas fiquem até 45 minutos paradas. Fora isso, durante as 24 horas do dia, quem faz a segurança do local são militares. Ou seja, apesar de ser uma rodovia concedida, que gera muito lucro a uma empresa particular, é o Estado brasileiro que está arcando com os custos das pontes provisórias e da sua segurança e manutenção. E logo adiante tem uma praça de pedágio cobrando tarifa. Assim é muito fácil – diz.

 
A Secretaria de Reconstrução não quis comentar as críticas de Valdeci. A Rota ficou de dar uma resposta. Questionei a Agergs, que fiscaliza o contrato, se não pode ser feito nada para pressionar a Rota. A agência ficou de enviar uma resposta também.


A região afetada pela RSC-287 tem 10 prefeituras aqui na região, com diversos prefeitos, vices e dezenas de vereadores, além de inúmeras entidades. Até quando todos ficarão desunidos e seguirão sem uma cobrança mais forte à Rota e ao Estado?


​Quanto custaria antecipar essa duplicação?

Sobre a duplicação da RSC-287 entre Santa Maria e Novo Cabrais, cujo contrato prevê a conclusão daqui a quase 20 anos, entre os anos de 2040 e 2042, também não se vê união e mobilização para pressionar o governador Eduardo Leite a alterar esse contrato. É difícil mudar, mas não impossível. O Estado deveria bancar essa antecipação, para que o usuário não precise pagar um pedágio mais caro.

 
Na prática, o Estado não precisaria pagar pela obra de duplicação em si, mas um custo financeiro da antecipação dos empréstimos bancários em 10 anos do prazo para duplicar uma década antes do previsto. A região deveria se unir para cobrar que o Estado calcule quanto custaria essa antecipação, para ter subsídios e passar a negociar uma forma viável de tirar a ideia do papel.

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