Em um convênio inusitado, o governo do Estado anunciou que vai repassar R$ 490,2 milhões dos cofres do Rio Grande do Sul para a conclusão de obras em rodovias federais no Estado. Entre as obras previstas, estão a duplicação de parte da BR-290, no trecho perto de Pantano Grande, que é uma importante ligação da Região Central e da Campanha com a Capital, além da construção de três obras na BR-290, em cidades aqui da região. Segundo o Estado, serão R$ 14,2 milhões para construir rótulas de acesso a Vila Nova do Sul e a Santa Margarida do Sul, além da construção de uma rua lateral da BR-290 em São Gabriel. Não se sabe quando as obras vão começar.
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Quanto à duplicação da BR-290, serão investidos R$ 165 milhões pelo Estado, que repassará as verbas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para a continuidade das obras. O dinheiro será usado para asfaltar a parte duplicada entre o km 189 e o km 199, entre Cachoeira e Pantano Grande. Nesse trecho, já tinham sido feitas obras de terraplenagem, mas os serviços estavam paralisados há anos. Também serão feitas a duplicação do km 214 ao km 228, e a execução dos perímetros urbanos da cidade de Butiá, Pantano Grande e do trevo de acesso à Copelmi.
Essas obras haviam iniciado e ido para a geladeira, pois o governo federal optou por conceder a BR-290 para a iniciativa privada, com a volta de pedágios. Agora, é possível que sejam retomadas.
O Estado também vai repassar ao Dnit R$ 96 milhões para a duplicação da BR-116, de Guaíba a Pelotas, e R$ 215 milhões para viadutos e passarelas na BR-116, entre Novo Hamburgo e Porto Alegre.
OPINIÃO
Apesar desse anúncio ser importante, é preciso ficar com um pé atrás, porque foi feito pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que é pré-candidato a presidente. É estranho o fato de que o Estado estava quebrado, até pouco tempo atrás, e nos últimos meses, Leite tenha anunciado inúmeros pacotes de investimentos em diversas áreas, com cifras bilionárias, e ainda sobrem R$ 490 milhões para repassar à União. De onde vai sair tanto dinheiro para essas inúmeras obras? Será que vai ser mesmo pago depois?