Deni Zolin

Em 10 anos, custo do transporte coletivo subiu 17% acima da inflação

A planilha de cálculo da tarifa do transporte coletivo de Santa Maria, que leva em conta os principais dados de gastos e de receita, como o dos passageiros que pagam tarifa, aponta que os custos do serviço subiram 17% acima da inflação em comparação com os valores de 2012. Há 10 anos, a planilha apontava que a passagem deveria custar R$ 2,54, o que em valores atualizados pelos 79,76% da inflação do IPCA em uma década, equivaleriam hoje a R$ 4,56. Como a planilha divulgada esta semana pela prefeitura apontou uma passagem a R$ 5,34, isso representa 17% acima da inflação. Agora, o Conselho Municipal de Transportes vai analisar o valor e votar essa proposta, na próxima segunda-feira.

Dos gastos que aumentaram acima da inflação e impactaram nessa alta de custos, o principal é o óleo diesel, que valia R$ 1,86 em 2012 (o equivalente a R$ 3,34 hoje, se atualizado pelo IPCA), mas passou a custar R$ 5,14 na planilha de 2022 - e isso que nem foi adotado o preço depois do novo aumento de R$ 0,90 do diesel. O fato de haver mudança do diesel para S10, um pouco mais caro, pode também ter interferido. Já o custo com pneu subiu pouco acima da inflação (3,6% de alta real). No caso dos salários de motoristas e cobradores, os valores foram reajustados quase exatamente com o mesmo percentual da inflação. Um motorista ganhava R$ 1.751 de básico em 2012 (o que equivale hoje a R$ 3.147) e passou a receber R$ 3.150 em 2022. Mas a categoria pede hoje reajuste de 20%, até porque, em 2012, possivelmente tenha sido usado na planilha de custos o valor antes da reposição salarial.

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Quilometragem percorrida caiu 55%, mas total de passageiros reduziu 62% em 10 anos

Parte do aumento da passagem de ônibus apontada nos cálculos da prefeitura tem a ver com a pandemia, que provocou uma queda drástica no volume de passageiros. No primeiro ano da Covid-19, em 2020, a redução foi de 56% no volume de passageiros transportados na comparação com 2019.

A pandemia só agravou um problema que já existia. Ano após ano, o total de passageiros transportados vinha sofrendo pequenas quedas, já que muita gente passava a andar de carro, moto, bicicleta ou a pé em função dos preços cada vez maiores da passagem e pelo maior conforto e agilidade de andar em outros veículos do que no transporte coletivo.

Comparando os dados de 2012 a 2022, a queda acumulada é de 62% no número de passageiros transportados (parte da redução tem a ver com a pandemia, e outra, pela queda anterior a 2019). Porém, como é preciso manter o serviço funcionando em todos os bairros e vilas, mesmo que dê prejuízo em alguns locais e horários, a quilometragem percorrida caiu, mas menos: queda de 55% no total de quilômetros rodados, na comparação de 2012 para 2022.

Essa queda maior do total de passageiros também impacta no maior preço da tarifa. É que o valor da passagem é o resultado de uma conta simples: o custo médio por quilômetro rodado, que é hoje de R$ 9,04, dividido pelo Índice de Passageiros por quilômetro rodado (IPK), que é de 1,6938 passageiros por km. O resultado dessa divisão dá R$ 5,34.

Se o índice de passageiros por km rodado de 2012 fosse mantido hoje, a tarifa estaria custando agora R$ 4,50.

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