Deni Zolin

Economista projeta baixa da inflação em julho e dá dicas para gastar menos

Apesar de a inflação estar na casa de 11,3% ao ano, segundo o IPCA, gerando muita dor de cabeça à população, a tendência é que a partir de julho, ela comece a cair. A projeção foi feita pela economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo:

- Ela deve continuar alta até julho, quando começa a cair, até porque tivemos percentuais altos até junho de 2021. Mesmo assim, a gente acredita que vamos terminar o ano na faixa de 7%, que é uma inflação alta depois de termos um ano, de 2021, com 10%. Ter dois anos consecutivos de inflação muito alta corrói, obviamente, o salário.

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Segundo Patrícia, apesar das dificuldades de muitas famílias, elas precisam cortar gastos e evitar fazer o mais fácil, que é pegar empréstimos ou aumentar o gasto com cartão de crédito.

- O que as pessoas precisam ter claro? O crédito é uma antecipação de renda. Ele não é renda nova. Então, todo mundo que pega dinheiro emprestado, vai ter de pagar ali na frente, comprometendo sua renda e, além disso, pagar os juros. O que a gente tem de se questionar sempre é se vale a pena pegar esse crédito. E pensar o que a gente está comprando. Quando a gente vive um aperto orçamentário como ocorre hoje, a gente tem de comprar de uma maneira mais consciente, o que é importante para se manter no mercado de consumo. Muitas vezes, me perguntam: "Mas Patrícia, tu és economista-chefe da Fecomércio, o interesse de vocês não é impulsionar esse consumo motivado pela vontade dos indivíduos?" Eu sempre digo o seguinte: a gente quer um consumidor que permaneça comprando e que permaneça pagando as suas contas. Não nos interessa um consumidor que vai ao mercado, compra tudo o que precisa e daqui a pouco está alijado do mercado, ou porque não tem crédito ou porque não tem capacidade financeira de se manter.

DICAS PARA GASTAR MENOS

Patrícia Palermo lembra duas coisas "simples" que podem fazer muita diferença na vida financeira das famílias.

- O que as pessoas precisam entender é que, em ambiente de inflação elevada como estamos vivendo hoje, os preços se diferenciam muito de um lugar para o outro. Então, o que a pessoa precisa fazer é pesquisar preço. A segunda questão importante é que se tudo não cabe mais no seu orçamento, você vai ter de fazer escolhas, o que é difícil, porque você vai ter de abdicar de uma coisa em benefício de outra. Mas isso é uma abdicação temporária. Se você abre mão de um consumo por determinado momento, talvez isso dê fôlego para você consumir mais ali na frente - afirma Patrícia.

Ela diz que a alta das taxas de juros terá reflexos:

- Taxa de juros é um remédio amargo que a gente toma para tentar se curar desse câncer que é a inflação, mas se espera que isso venha se ajeitar ali para frente. É muito provável que ano que vem a gente viva uma situação melhor em termos inflacionários. É muito difícil para muitas pessoas ouvirem isso, mas cada um tem de fazer a sua parte, que é pesquisar preços e fazer escolhas, deixando de consumir algumas coisas por um tempo. E toda a família se envolver. É quase um trabalho de psicologia do que de economia.

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