Deni Zolin

Espera por exame de direção passa de 60 dias em Santa Maria

A demora para que alunos consigam fazer exames práticos de direção em Santa Maria e no resto do Estado está causando problemas para os candidatos e prejuízos aos Centros de Formação de Condutores (CFCs). Segundo o vice-presidente do Sindicato dos CFCs do Estado (SindiCFC-RS), Rodimar Dall'Agnol, em Santa Maria a espera por exame de direção varia de 30 a 60 dias, podendo ser ainda maior. Já em outras regiões do Estado, pode chegar a dois anos.

Dall'Agnol diz que o assunto já vem sendo tratado há meses junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran), mas que, devido à troca de diretor do órgão estadual porque o antigo dirigente vai concorrer nas eleições de outubro, está havendo um período de transição e o sindicato aguarda para retomar as cobranças junto ao Detran.

- Aqui, os CFCs estão já agendando as aulas conforme a expectativa de data para ter a prova prática. Estamos fazendo o possível e o impossível, atendendo urgências. A banca examinadora regional está conseguindo atender dentro de uma expectativa. Em outras regiões, bancas examinadoras não comparecem e desmarcam, às vezes, o que agrava a fila - diz o vice-presidente do SindiCFC.

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Ele acredita que a situação vai se agravar nos próximos meses por causa dos processos de habilitação que foram abertos ao longo da pandemia.

- Não podemos esquecer que todos os processos de CNH abertos em 2019, 2020 e 2021, em função da pandemia, em que o Contran estendeu os processos, eles encerram em 31 de dezembro de 2022. Se as pessoas não concluírem os processos abertos até esse período, elas vão ter de abrir de novo. Daqui a dois ou três meses, se elas não se derem conta de concluir o processo de CNH até dezembro, elas vão perder o valor investido. Então, acreditamos que vai ter uma procura maior - diz.

RESPOSTA DO DETRAN
Questionado sobre o assunto, o Detran gaúcho respondeu às queixas do SindiCFC por meio de nota. O órgão estadual alega que "o acúmulo de candidatos aguardando agendamento de provas foi uma consequência da pandemia, devido às restrições exigidas pela situação de crise. Para conter o contágio do novo coronavírus foi necessária a readequação a uma série de protocolos sanitários.

A quantidade de exames aplicados pelo DetranRS teve que ser drasticamente reduzida, para a higienização do veículo a cada troca de aluno. Como o número de pessoas que foram abrindo processo de habilitação não diminuiu, a demanda pelo serviço se manteve crescente e, como o atendimento reduziu, a consequência foi 'filas' de pessoas esperando."

O Detran segue informando que trabalha para minimizar os transtornos à população e o impacto da pandemia no atendimento da população que procura por serviços de habilitação: "Assim que foi possível ampliamos a oferta de vagas e hoje atuamos no limite da capacidade, aplicando cerca de 53 mil exames práticos de direção por mês no RS (média dos últimos três meses). Essa oferta é 32,5% maior do que antes da pandemia, quando se aplicava ao redor de 40 mil mensais, em média. Ainda assim, temos cerca de 110 mil candidatos em processo de habilitação que cumpriram as etapas anteriores e podem agendar prova prática, conforme disponibilidade de vagas. Cada CFC tem uma realidade diferente, em se tratando de eventual fila de espera. Há regiões do Estado com disponibilidade próxima, em outras, a espera pode levar até meses", diz a nota enviada à coluna pelo Detran.

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Quanto às medidas já adotadas, o Detran alega que busca aprimorar o processo de aplicação de provas e, para isso, está desenvolvendo o Programa de Melhoria dos Exames Práticos do Detran. "Desde o advento da pandemia, a Autarquia já implementou diversas medidas: ampliou a oferta de vagas, realizou forças-tarefa, abriu turmas extras, ainda assim o número total de candidatos segue aumentando. Um fator precisa ser considerado nesse cenário: tem sido elevado o índice de reprovação, o que faz com que as pessoas que realizam a prova, voltem "pra fila", mantendo o número em espera elevado. Permanentemente reavaliamos nossa capacidade de atendimento e, sempre que possível, ampliamos o número de vagas. Mas, como o número de candidatos esperando se mantém acima de cem mil, não é possível mensurar qual será a estimativa de prazo para normalizar os atendimentos", conclui o Detran gaúcho.

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