Dos 5,5 mil funcionários da Corsan, mais de 2 mil já pediram para deixar a empresa até o final do ano

Dos 5,5 mil funcionários da Corsan, mais de 2 mil já pediram
para deixar a empresa até o final do ano

Foto: Corsan (Divulgação)

Após a venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) para a empresa Aegea, foi negociado um plano de estabilidade de 18 meses aos funcionários, que prevê também a saída antes, com garantia de indenização por um ano e meio. 


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A coluna pediu um levantamento para a empresa, que apontou que, dos 5,5 mil funcionários da Corsan em todo o Estado, 2.025 pediram para deixar a empresa até dezembro. Desses, 1.168 trabalhadores já tiveram a demissão efetivada. Em Santa Maria e região, os números de trabalhadores que pediram para sair também chamam a atenção. 


Essa redução significativa pode ser uma das causas de alguns problemas no serviço da Corsan, especialmente na leitura e cobrança das contas de água.

 
Nos últimos meses, é grande o número de queixas de clientes da Corsan que receberam contas com valores duas a três vezes mais altos do que o normal porque foi feita a leitura errada – provavelmente porque trabalhadores novos, que tiveram de ser contratados para substituir os antigos, não estavam acostumados a fazer o serviço.

 
A cuidadora Silvana Almeida, 55 anos, é moradora do bairro João Goulart e relata que, em alguns meses deste ano, a conta de água dobrou. Na época, ela não fez reclamação, pois não sabia que o valor estava alterado em função da leitura incorreta dos hidrômetros.

 
– Estava recebendo contas de R$ 400 a R$ 500. Eu me apavorava, mas fazer o que, tínhamos que pagar porque senão ficaríamos sem água, pois eles cortam, não sabia que tinha que procurar. Mas é um absurdo esse valor para quem mora em uma vila. Antes, o valor variava de R$ 180 a R$ 250. Agora, normalizou, estamos conseguindo pagar. Mas antes me apertava para pagar – afirma Silvana.

 
A equipe do Diário esteve na sede da Corsan, em Santa Maria, na Rua Niederauer, e descobriu que os atendimentos para contas de água com valores acima do normal diminuíram nas últimas semanas. Porém, nos meses anteriores, os agendamentos para reclamações desse tipo eram frequentes na Corsan da cidade.

 
Em outra unidade da Corsan, o relato foi de que a leitura teve de ser refeita em uma rua inteira, que teve problema meses atrás. Em cidades como São Pedro do Sul, clientes chegaram a ser avisados em outubro que não haveria leitura por falta de funcionários e que as contas viriam pelo valor médio mensal.

 
Questionada sobre esses problemas, a Aegea/Corsan respondeu por meio de nota:


“Até o momento, 2.025 colaboradores – de 5,5 mil – solicitaram o acordo que converte a estabilidade em indenização, sendo 1.168 efetivados. Cada caso está sendo estudado individualmente para que não haja prejuízo na operação. Na Região Central – em que está incluída Santa Maria – são 193 pedidos e 111 acordos efetivados. A Companhia reitera que não há impacto na prestação dos serviços, incluindo as equipes de leituristas. Em Santa Maria houve uma situação pontual de impossibilidade de leitura em função das recentes chuvas no município”.

 

 
A empresa não informou quantos funcionários novos foram contratados para repor as vagas dos que pediram demissão da Corsan.

Após o PDV da empresa


Total de funcionários que a Corsan tinha
Quantos têm hoje após as demissões
Estado
5.500
4.330*
Região Central**
540
380
Santa Maria**
141
89


*Mais de 857 pediram demissão e devem sair no Estado, assim que a Corsan concluir o processo de desligamento. Com isso, o total de trabalhadores deve cair para 3.475. 
**Dados obtidos por fontes do Diário.

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