Depois de uma enxurrada de críticas, nas redes sociais e na cidade, ao aumento do salário do prefeito, vice, secretários e vereadores, com destaque para o valor de R$ 31,7 mil para o subsídio do chefe do Executivo municipal, nesta segunda-feira o CDN Entrevista procurou um cientista político de fora de Santa Maria para tentar analisar esse fato. O pesquisador da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), de Araraquara (SP), Bruno Silva, aceitou falar sobre o tema e não considera razoável que Santa Maria tenha salários para prefeito mais altos do que cidades até maiores e com renda mais elevada, como Porto Alegre, Caxias e Canoas. Na Capital, o prefeito ganha R$ 19,4 mil, enquanto em Canoas, R$ 24,3 mil, e em Caxias, R$ 23,9 mil.
- De fato, esses subsídios têm de ser um valor correspondente de modo que possa ter as pessoas trabalhando no serviço público com a maior idoneidade possível. A gente sabe da imensa dificuldade que é ser prefeito no Brasil, dar conta de cumprir toda uma agenda, e tem de ter um valor que seja razoável. Mas não pode ser um valor absurdo. Nós sabemos que está dentro do horizonte legal, que é o teto dos ministros do STF, mas isso (R$ 31,7 mil) foge muito do limite do razoável, inclusive com o que você trouxe de informação do valor do prefeito de uma cidade maior, como o prefeito de Porto Alegre, e se a gente comparar até mesmo à luz do que é a remuneração dos deputado federais ou do presidente. Sim, a remuneração deve ser adequada, mas para julgar o que é adequado, a gente precisa olhar para a realidade orçamentária, para as características da cidade, para a renda per capita, tudo isso precisa ser observado e precisa estar dentro de um limite da razoabilidade, pois embora legal, soa e muito, sim, como imoral - disse Silva.
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