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Tonelada do adubo sobe cerca de 180% e pode afetar a próxima safra

Uma tonelada de adubo custava R$ 1,8 mil há quatro meses, e atualmente, sai por R$ 5 mil. Essa é a alta expressiva nos preços dos fertilizantes que vem preocupando muito os agricultores para o preparo das próximas safras, a de inverno e a do próximo verão. Há risco de falta de adubo e possibilidade de redução do uso de fertilizantes nas lavouras, o que pode reduzir a produtividade. Ou até provocar redução de área plantada.

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Uma das principais causas desse reajuste elevado nos preços é a crise provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, já que os russos são fortes exportadores de fertilizantes e terão dificuldades para enviar o produto ao Brasil. Além da alta de preços, há o temor de faltar adubo. 

Na semana passada, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pediu a Organização das Nações Unidas (ONU) que os fertilizantes russos não entrem na lista de sanções de compra por outros países, justamente pelo temor de afetar a produção de alimentos no Brasil e no planeta, aumentando a fome no mundo.

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Em Santa Maria, o sócio da fertilizantes Multifértil, que tem duas fábricas em Rio Grande, Ocir Londero, afirma que o cenário é de muitas incertezas.

- A situação é muito preocupante, pois dependemos de fertilizantes importados. A gente vem passando por momentos críticos. Primeiro, pela pandemia, depois foi a condição climática, com seca muito forte aqui no Estado e muita chuva em outras regiões, e agora vem a questão da guerra. Essa vem de fato a complicar e dar o que pensar a fazer. Temos dificuldades de novas importações, os preços dispararam, os fretes subiram muito. Mas depois da tempestade, vem a bonança. De acordo com a dificuldade, a gente cria as maneiras de vencer. Para este ano, vai ser difícil, sem dúvida - diz Londero.

De acordo com ele, os estoques atuais de adubo dão conta para os próximos três meses, o que pode garantir o plantio da safra de inverno, a partir de maio.

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- A segunda safra, de verão, ainda vamos ter de trazer adubo de fora. No segundo semestre, a partir de outubro, começa o plantio forte e pode faltar adubo. Somos um país grande produtor de grãos, mas o agro não tem sustentabilidade, temos dependência total de fertilizantes de fora. Temos de formar novas fábricas. Temos minas de cloreto de potássio no Amazonas, temos minas de fosfato aqui em Lavras do Sul, com os estudos para exploração, mas as fábricas ainda não saíram do papel - declara.

Segundo ele, Chile, Venezuela e Canadá são opções que o Brasil poderá ter para comprar fertilizantes.

Já o presidente da Cotrisel, de São Sepé, José Paulo Salerno, diz que no momento, não há falta de produto para cultura de inverno e pastagens. 

- Os preços estão muito altos e, se continuar a guerra na Ucrânia, teremos dificuldades para a safra de verão. Acho que teremos um ano de menor consumo de adubos, com redução da adubação em algumas áreas, ou áreas ruins em que não vai compensar plantar. Não tem como um dono de navio mandar um navio para uma zona de conflito para pegar o produto. E tem a questão de boicotes também. Se a guerra cessar, talvez não tenhamos problema de fornecimento - diz.

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