Cacism diz que Santa Maria já registrou 10 mil demissões em três meses de pandemia

O número é preocupante, mas mostra a difícil realidade pela qual passa Santa Maria. Em três meses, pelo menos 10 mil pessoas tiveram os empregos cortados na cidade, segundo dados obtidos pela Cacism com empresas de medicina do trabalho. O total pode ser ainda maior. Claro que é preciso levar em conta que, mesmo em anos normais, existe uma certa rotatividade de emprego e, se ela for descontada, poderia reduzir esse número. Por outro lado, também é preciso avaliar que as contratações provavelmente reduziram muito por causa da crise provocada pela pandemia. 

Só para se ter uma ideia do que significam: na prática, com essas 10 mil pessoas, isso daria para encher o Estádio Presidente Vargas se todo mundo ficasse apertado na arquibancada. É que a capacidade oficial é de 6,5 mil pessoas, mas já foi de 12 mil no passado.

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O problema é que, por trás dos números, estão mães e pais de família, que precisam sobreviver e sustentar filhos, na maioria dos casos. Muitos vão receber o seguro-desemprego, mas e depois que ele acabar, o que farão? Imagine a dificuldade que será conseguir trabalho após a pandemia, em que parte das empresas terá quebrado, e a maioria delas que sobreviver estará com sérias dificuldades.

É claro que deve haver preocupação com as vidas e as medidas de distanciamento. Inclusive, isso é fundamental para tentarmos passar pela pandemia com menos prejuízos econômicos, porque se as pessoas saírem para as ruas em excesso e sem necessidade e cuidados, os casos e mortes vão subir muito e será preciso fechar o comércio por mais tempo. Porém, não há como não se preocupar também com o drama de empresários que, muitas vezes, trabalham 12 horas por dia em negócios dedicados por uma vida inteira, mas que correm o risco de falir, demitir e ficarem endividados. E com o desespero de muitos trabalhadores que terão de enfrentar a dura realidade de ficar sem renda e se virar para sustentar suas famílias.