Deni Zolin

A renúncia seria a melhor saída para o bem do país

data-filename="retriever" style="width: 50%; float: right;">Assim como comentei que a então presidente Dilma Rousseff (PT) deveria agir como uma estadista e renunciar ao cargo e buscar um acordo por novas eleições pelo bem do país, antes da abertura do processo de impeachment, em 2016 (veja ao lado), o atual presidente Jair Bolsonaro deveria tomar a mesma atitude agora, pois as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro são graves. O ex-juiz, ao indicar que Bolsonaro queria mudar o chefe da Polícia Federal para ter acesso a relatórios de investigações e de inteligência, acusa que o atual presidente da República está tentando obstruir a Justiça. Pois além do risco de interferir nas investigações, poderia ter acesso a dados sigilosos e avisar investigados.

Sergio Moro anuncia demissão e faz acusações contra Bolsonaro

Moro até disse que Bolsonaro queria trocar superintendentes da PF no Rio, onde há investigações sobre os caso Queiroz/rachadinha de salários e Marielle, e no Recife, onde a PF averigua os laranjas do PSL. As suspeitas são de que Bolsonaro estaria agindo assim para proteger seus filhos, que estariam na mira das investigações sobre rede de financiamento de fake news e de incentivo aos protestos pelo fechamento do Congresso e do STF e a favor da ditadura, além do caso da rachadinha de salários de assessores de Flavio Bolsonaro no Rio.

Ex-integrante do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, o procurador Vladimir Aras disse que os episódios narrados por Moro em seu pronunciamento "são gravíssimos".

- Houve relatos sobre falsidade ideológica, obstrução da justiça e crime de responsabilidade, que deverão ser investigados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pela Câmara dos Deputados. Interferência política na Polícia Federal é inadmissível - afirmou.

Ao agir desta forma, Bolsonaro começou a preparar o fim de seu governo - se conseguir se manter, será mais para cumprir tabela. No Congresso, já há mobilização por CPI, enquanto vários políticos e setores preparam pedidos de impeachment. Há relatos de que alto escalão militar ficou extremamente irritado com as atitudes do presidente. Bolsonaro também tem pouco apoio no Congresso e ficará cada vez mais isolado - há relatos de que tenta apoio na base do toma-lá-dá-cá. Diante disso, tudo indica que vai se repetir a longa e desgastante novela da era Collor, que chegou como caçador de marajás e salvador da Pátria, mas caiu diante de sua arrogância e isolamento, além de denúncias de corrupção - no caso de Bolsonaro, as acusações recaem mais sobre seus filhos.

Portanto, o melhor para o país seria uma renúncia de Bolsonaro, para poupar a nação, já demasiadamente combalida pela grave pandemia do coronavírus e pela gravíssima crise econômica.

Bolsonaro diz que Moro se preocupou mais com Marielle do que com facada no presidente

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse na sexta: "É hora de falar. O presidente está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment. Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil."

Temo que, se a situação política se agravar, Bolsonaro tente um golpe militar. Inclinação para isso, ele e seus seguidores já têm, mas dificilmente teriam apoio significativo das Forças Armadas. Seria o pior resultado possível.

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