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Quem vai liderar a aliança?

Claudemir Pereira

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Em agosto de 2015, Fabiano Pereira anunciou sua saída do PT (no qual nascera politicamente) e a entrada no PSB. Discordava dos processos internos do seu ex-partido e, legitimamente, recusara ser vice de Valdeci Oliveira no pleito seguinte. Como se sabe, em 2016, o agora socialista virou candidato a prefeito municipal, aliado ao MDB, que apresentou Magali Marques da Rocha como candidata a vice na chapa que chegaria em terceiro lugar no pleito daquele ano.

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Essa rememoração histórica faz sentido no momento em que o agora cargo de confiança na Casa Civil do governo de Eduardo Leite, do PSDB, informa que o PSB, do qual é o presidente local, se juntará à Frente Trabalhista, que tem consolidado o nome do ex-vereador Marcelo Bisogno, do PDT, como candidato a prefeito. Em aberto, na aliança, que conta também com PTB, Rede Sustentabilidade, PROS, PC do B e Avante, a vaga de concorrente à vice-prefeitura.

Ninguém duvida, fora ou dentro da supercoligação anunciada nesta semana, do tamanho político de Fabiano e Bisogno. O que começa a ser posto em dúvida, no entanto, é se a chapa será mesmo liderada pelo pedetista.

Afinal, bastou surgir a informação da chegada ao grupo, do PSB e seus alistados, inclusive o ex-petista, para que aliados internos de Fabiano passassem a usar as redes sociais para defender justamente a candidatura dele na cabeça da coligação. Com, obviamente, o rechaço dos pedetistas.

Ninguém duvida, até evidências em contrário, da boa vontade de todos os envolvidos na formação desse amplo arco de partidos com o objetivo comum de comandar o Executivo a partir de 1º de janeiro. Também não se descrê que Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira tenham a boa e louvável intenção de unir-se em favor de um benefício comum.

Mas não é menos verdade que as paixões dos apoiadores de um e outro extrapolam qualquer limite - basta conferir os comentários e as postagens na internet. E que isso pode levar a um processo exaustivo e, no limite, impeditivo. Será? Ou tudo, como querem os articuladores, se aquietará e a união impere?

De todo modo, há algo que este escriba não tem sequer uma lasquinha de dúvida e pode afirmar, com absoluta precisão: Fabiano Pereira não será vice de Marcelo Bisogno. E Marcelo Bisogno não será vice de Fabiano Pereira. Se o repórter fosse apostador, diria: vale uma garrafa de água mineral sem gás. E ponto!

A bronca do presidente dos liberais
Embora tivesse ficado evidente que PL e Cidadania, partidos não citados em análise da semana passada, "não são desimportantes". E também que, "claro que não" estão fora do páreo, embora a luta seja "inglória diante dos graúdos", o texto não agradou ao presidente liberal, ex-PDT, Miguel Passini (foto). 

Isso fica óbvio no longo arrazoado enviado via whatsapp, no que ele considera indevida a comparação com o Cidadania. Confira parte do material (inclusive com grifos dele) em que o líder do PL faz comparações com seu coirmão:

"... - PL/ Tempo de televisão para candidatos a prefeito: 36,53 segundos;

- PL/ Tempo de televisão para candidatos à vereança: 102,35 segundos;

- Cidadania/ Tempo de televisão para candidatos a prefeito: 10, 23 segundos;

- Cidadania/ Tempo de televisão para candidatos à vereança: 28,67 segundos.

Os dados acima justificam a grande diferença referida. Ainda, o PL elegeu trinta e três (33) deputados federais, já o Cidadania elegeu oito (8). Hoje, o PL é a terceira maior bancada da Câmara Federal, com quarenta (40) deputados. Com a janela de transferência que encerrou-se no último dia 4, o PL estadual conta com dois (2) deputados estaduais, sessenta (60) vereadores, seis (6) prefeitos e oito (8) vice-prefeitos..."

Para não postergar essa bronca, para esta escriba, números (e as pessoas sempre são mais importantes, cá entre nós) a parte, está mantido o publicado semana passada, inclusive porque o respeito a ambas as agremiações ficou pra lá de claro.

Eleições 2020 em duas notas de campanha 

1) "FAKES" VERSÃO 2020 - E surgiu a primeira informação falsa da (ainda) pré-campanha. E o pior: a partir de posts em rede social feita por líder partidário, o que torna ainda mais triste a situação. Há quem, na militância graúda, em vez de jogar pelo seu lado, tente ludibriar o eleitor jogando inverdades sobre adversários nas redes sociais.

Há quatro anos, caso com a publicação de pesquisa falsa no Facebook provocou prejuízos imensos ao próprio detrator e seu candidato. Agora, se não tomarem cuidado, não será diferente. Ah, e pior, dado o aumento da fiscalização de partidos, candidatos, ministério público e judiciário. Cuidado: a bomba pode cair no colo do autor.

2) QUERIDINHOS DA DIREITA - Não há dúvida. Neste momento do processo eleitoral, pelo lado direito, os grandes queridos são mesmo o DEM e o PSL. O primeiro, por sua inserção e história na cidade, pode virar o grande aliado do PSDB, com direito a indicar o vice de Jorge Pozzobom. O segundo, por seu tempo de rádio e TV e, sobretudo, bojudo troco do fundo eleitoral, tem apoio disputado com fervor.

No DEM, a decisão será postergada ao máximo que for possível. No PSL a última palavra será estadual. O partido vai decidir, regionalmente, o que lhe for mais conveniente. Portanto, também demora. Até lá, haja chá de camomila.

LUNETA

E O FUNDO?
Iminente destinação do troco, mesmo que apenas parcialmente, do Fundo Eleitoral para o combate à Covid-19 é ingrediente importante para contribuir com a incerteza de uns e outros em relação à manutenção integral do calendário eleitoral. A ação é especialmente danosa ao PSL gaúcho (e santa-mariense em particular), que perderia grande parte de seu "charme" junto aos partidos que com ele querem se aliar. 

PLANO B
Mesmo que publicamente as duas siglas não reconheçam, é fato que PT e PSD não têm certeza absoluta acerca da elegibilidade de Marion Mortari (foto), no pleito deste ano. A punição imposta pela Justiça acaba dias após o primeiro turno do pleito. Mesmo assim, os partidos pretendem manter a dobradinha para a prefeitura. Sem Mortari, o plano B é a também vereadora Deili Silva, recém-chegada ao PSD, oriunda do PTB. 

DÚVIDAS
Em relação à secretária de Cultura (e edil) Marta Zanella, há uma grande certeza no MDB: ela não concorrerá à Câmara, pois não se desincompatibilizou em 4 de abril, como mandava a lei. Mas remanescem duas dúvidas: ela se aposentará da política ou concorre a vice-prefeita (prazo para deixar o cargo é em 4 de abril). E, concorrendo, o candidato a prefeito é Francisco Harrisson ou Sérgio Cechin? 

LÁ NÃO É CÁ
A adesão do PSB de Fabiano Pereira ao Frentão até agora liderado por Marcelo Bisogno, do PDT, é explicada, entre outras razões, pelo alinhamento nacional das duas siglas. Está correto. Mas o argumento esconde, de todo modo, que ambos estão em lados opostos no Rio Grande. O PSB apoiou Sartori, do MDB, e chancela Leite, do PSDB, com direito a cargos no governo, inclusive para Fabiano. 

PARA FECHAR!
Os partidos grudarão o olho no site do TSE. A partir do dia 15 ou logo depois se saberá, afinal, quem filiou quem, no prazo final de 4 de abril. E o que tiver dupla filiação, diga-se, não terá nenhuma. Exemplo? O radialista Tony Oliveira, aqui escrito semana passada que estava no MDB há bom tempo, o PSL garante ter filiado e será candidato a vereador pelo partido. E agora?

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