claudemir pereira

O temor dos adversários de Pozzobom e o que ele tem para mostrar na campanha

Claudemir Pereira

Militante adversário à direita do governo de Jorge Pozzobom explicou ao colunista a visão dele para a postura de um ou outro cultuador da administração, inclusive para a eventual divulgação despudorada de "fake news": o crescimento da pré-candidatura (não dita, mas sabida) do atual prefeito nas pesquisas internas feitas pelos próprios oposicionistas. 

Da opinião, de resto respeitável, se retira o óbvio: mais do que nunca, Pozzobom está no jogo. E o voto dele, ou a maioria, é conhecida. Vem exatamente do mesmo lugar em que pretendem colher o seu o atual vice, Sérgio Cechin (Progressistas), Evandro de Barros Behr (Cidadania) - se concorrer mesmo - e ainda Jader Maretoli (Republicanos). Sim, é o voto de centro-direita disputado palmo a palmo.

Do lado canhoto, registre-se, os protagonistas são Luciano Guerra, do PT, e Marcelo Bisogno, do PDT (ou Fabiano Pereira, do PSB), se confirmada a atual composição da Frente Trabalhista. Ambos, claro, buscando o voto central, representado nos grupos por PSD (com Guerra) e PTB (com Bisogno/Fabiano).

Mas a questão, aqui, é o renascimento (para os militantes, não para o crítico) de uma candidatura, a de Jorge Pozzobom, que, houve quem, com açodo, decretasse falida.

O fato é que o atual governante tem o que mostrar - e fará isso, embora tenha sempre Sérgio Cechin na tentativa (faz todo sentido) de tornar-se sócio, buscando desfazer-se do que for inconveniente.

Buracos nas ruas, nem pensar. Mas as obras da Riachuelo, André Marques, Presidente Vargas, avenida Dores e Perimetral Dom Ivo - além do projeto, já pronto, da ligação da BR-392 com a Estrada de Pains - serão trunfo de Pozzobom.

Enfim, o discurso do governista está posto, e é fácil de o eleitor entender, outra coisa que os publicitários sabem bem ser fundamental, na hora de uma campanha que tende a ser bastante aguerrida e muito disputada.

Em tempo: as questões administrativas estão no lado prático da sua atuação como prefeito, a ser explorada pela campanha pela reeleição do atual prefeito. Mas há um outro fator, este mais inconsciente, e até por isso muito importante, e que atemoriza os adversários: a grande capacidade demonstrada pelo prefeito no enfrentamento da crise sanitária.

A percepção de que o líder não se achica (erros eventualmente cometidos são relevados, por conta disso) foi decisiva, crê-se, até na oposição, à direita e à esquerda, para a própria elevação da popularidade do pretendente à reeleição. É o tipo de coisa difícil de desmanchar. A menos, claro, que Pozzobom cometa erros crassos. O que ainda não aconteceu. É o temor, de um lado. E o trunfo, de outro.

Os edis e o protagonismo perdido, eis a questão 
É possível entender, sim, que houve, no mínimo, uma gafe do governo do Estado, ao não convidar o presidente da Câmara de Vereadores, Adelar Vargas, para a vistoria das instalações do Hospital Regional, na última segunda-feira. Mas, também, é só isso. O resto é discurso. Aceitável, nada além. E olha que o escriba nem falará sobre o que vai na cabeça de muitos: que a queixa é só porque não puderam fazer uma "live" dentro do prédio. 

Mais interessante é tentar especular, já que eles jamais concordarão com a tese, por que, de repente (sei, não foi bem assim, lalari, lalará, e etc e tal), afrouxaram todos os controles do agora ex-isolamento social no Palacete da Vale Machado.

A resposta, e o escriba não tem dúvida alguma a respeito (sei, não é bem isso, porque o contato com o povo e coisa e tal...), é uma só: a tentativa de recuperar algum tipo de protagonismo na política local, algo obscurecido pela pandemia.

O risco para os que trabalham ou atuam na Câmara, ora o risco... O importante é que as sessões plenárias já podem ocorrer, com direito a TV Câmara e os microfones liberados para o trololó. Sem falar, claro, na reabertura das reuniões das Comissões temáticas. O resto é.. bem, deixa pra lá.

PP e MDB governistas, e olha o emprego aí

1 - NÃO É BEM ASSIM. Ao menos um fato ajuda a corroborar a ideia de que o Progressistas não é exatamente tooodo fechado com o pré-candidato Sérgio Cechin, nem o MDB é uno em torno de Francisco Harrisson e a aliança com o atual vice, do PP. 

No que toca ao emedebismo, o salamaleque em torno de Marta Zanella (acima, à dir.), que está saindo da secretaria de Cultura, com direito a placa entregue por Pozzobom é pra lá de significativo. Sem contar que outro emedebista titular do Diretório Municipal, Wagner Bittencourt, que segue na superintendência de Habitação.

Já o PP, que mantém poucos (mas estão lá) CCs no governo municipal, agora tem até um secretário para chamar de seu. Sim, Marcelo Portella (extraordinário de Habitação, acima,à esq.), embora hoje afastado, é histórico militante da sigla, de cuja Juventude foi inclusive presidente.

2. EMPREGO POLÍTICO. Os partidos encontram especial dificuldade em montar suas equipes profissionais de campanha. Praticamente todas as candidaturas competitivas exibem vaga para coordenador (administrativo).

Alguma afinidade ideológica é requerida, mas pode não ser necessariamente restritiva. Também existem postos disponíveis para profissionais da área de comunicação gabaritados na gestão de diferentes mídias, tradicionais ou não.

O contrato, em princípio, é para cinco meses, mas uma eventual vitória nas urnas pode garantir mais quatro anos. Enfim, olha o mercado aí, gente!

LUNETA

45 DIAS APÓS 
É notório o esforço do PP para tentar se diferenciar do governo. Dirigentes e ex-CCs fazem ataques contundentes. Não se contesta a legitimidade (e, em alguns casos, correção) das críticas. O que chama a atenção, porém, é que até 45 dias atrás o partido era governo e não havia censura alguma. Ou tudo começou a ficar diferente agora, que o Progressistas não está mais no Executivo e vai concorrer como oposição? 

EXCEÇÃO
Todas as mudanças feitas no Primeiro Escalão da Prefeitura, anunciadas segunda-feira, eram esperadas. Exceto uma. Troca da guarda na Cultura, por exemplo, e substituição de CCs afastados, ok, estavam na conta. Só o que ainda não tem explicação clara é a saída, da Procuradoria, de Rossana Schuch Boeira, que prestou relevantes e qualificados (e não negados por ninguém) serviços ao município. 

UNANIMIDADE
À parte as críticas à sorrelfa, dissimuladas, e normalmente buscando desqualificar politicamente e não pelo conteúdo, Jorge Pozzobom conseguiu feito importante, nas mudanças do secretariado: o setor de cultura ficou, em geral, muito satisfeito com a escolha da Relações Públicas e Produtora Cultural Rose Carneiro (foto) - de reconhecida atuação no setor. E isso foi da direita à esquerda, que se diga. 

EM 2020, SIM!
Pergunta inevitável feita ao desembargador André Luiz Villarinho, recém-eleito presidente do Tribunal Regional Eleitoral e responsável pela eleição municipal de 2020 no Estado: há algum risco para a realização do pleito? Ressalvada a impossibilidade de prever o futuro da pandemia, a resposta foi óbvia: sim. O máximo que pode acontecer, claro, é o adiamento, mas a eleição sai neste ano ainda. 

PARA FECHAR!
Ninguém fala muito no tema, mas uma pedra "cantada" pela coluna três semanas atrás está ocorrendo. Ao menos dois partidos estão a disputar o passe de um filiado da área de comunicação. Ambos apresentam a ficha de filiação assinada em tempo hábil (até 4 de abril). Quem vai decidir a parada é mesmo o Tribunal Regional Eleitoral. Palpite (e só palpite) claudemiriano: o impasse não se resolverá.

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