Claudemir Pereira

A superfederação que traria uma grande confusão ao cenário eleitoral de Santa Maria

A superfederação que traria uma grande confusão ao cenário eleitoral de Santa Maria

Foto: Christiano Ercolani

No último dia de 2023, a versão online do jornal O Globo publicava (com provável repetição também na edição impressa já em 2024) a reportagem “PP, Republicanos e União Brasil articulam acordo por superfederação de 151 deputados”. E acrescentava, no subtítulo: “Caso decida se unir, grupo de partidos do Centrão terá as maiores bancadas na Câmara e no Senado”.


 
Assinado por Lauriberto Pompeu, da sucursal de Brasília do jornal, o texto traz amplos detalhes das articulações comandadas pelos dirigentes nacionais dos três partidos, inclusive caciques bastante conhecidos, como Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e que é o principal articulador do agrupamento que teria, além dos 151 deputados federais, 17 senadores.

 
Mas o interesse nacional sobrepujará as contendas regionais e, sobretudo, municipais? Para não sair de casa, confira alguns dos efeitos, quase como de um ciclone político, aqui mesmo, em Santa Maria.

 
a) PP e Republicanos estão juntos na Mesa da Câmara, mas são adversários no pleito de outubro. Havendo a Federação (que deveria estar pronta até o final de abril), ambos terão que se entender obrigatoriamente em torno de um candidato.


b) E o União Brasil? Parece claro que não haveria acordo possível com o PT, como há hoje, e implodiria a dobradinha Valdeci Oliveira/José Farret (ambos na foto). Mas, e como ficariam os demais? E, para não alongar mais,...


c) Os três partidos, obrigatoriamente, apresentariam nominata única à Câmara de Vereadores. Imagina a confusão para reduzir os atuais 66 nomes (supondo que o trio feche o número máximo de candidatos) para 22 concorrentes apenas, dos três partidos.


É evidente que há diferenças inconciliáveis em nível local e que, se a situação tomar, digamos, em março, um rumo em que a federação se tornar inevitável, melhor estar preparado para duas coisas.

 
Uma é o festival de traições que acontecerá no último mês para troca de partidos visando não perder o mandato (no caso de vereadores) ou para garantir espaço noutra agremiação, se o(a) sujeito(a) tiver pretensões, embora sem mandato.

 
E a outra é o inevitável rearranjo de forças. Exemplo concreto, mais uma vez tomando a aliança PT/UB: se quiserem manter a aliança Valdeci/Farret um ou outro terá que trocar de partido. Que tal?

 
Por fim, um palpite claudemiriano: essa federação, não obstante o interesse dos graúdos, não vai se criar. Mas como o seguro morreu de velho, então...


Luneta

OU DÁ OU... 
Na prática faltam dois meses. O fato é que, até o final do verão, quem tem mandato e quiser se mandar do partido que o elegeu, sem risco de ser expulso, terá que se decidir. Ou dá ou desce, fala o dito popular. Em Santa Maria, após muitos arrufos daqui e dali, aparentemente, é muito provável que ninguém se dê ao desfrute de largar amor antigo (ainda que só de conveniência) por um novo e sem garantias.


OU DÁ OU... (II)

Situação diferente é a de Manoel Badke. A grei pelo qual se elegeu edil, o DEM, foi morta. E a ele restou ir para o União Brasil, que juntou uma perna demista com outra do também falecido PSL. Não se trata, então, de “trair”, senão que de uma escolha a ser feita. Até outro dia, o próprio Badke dizia ir para o PL. De repente, sua equipe e mesmo a família se juntaram ao Republicanos. Vai daí que...


E A FICHA?


A foto que ilustra esta notinha pode dizer nada. Jader Maretoli virou PL, com direito a imagem com Bolsonaro, em 23 de junho passado. Mas, ao menos até o fechamento desta coluna, a ficha não foi à Justiça Eleitoral. Tem cara de que a sexta sigla não é a última do pastor Jader. Certo só é que ele não tem, no PL local, o apoio que talvez imaginasse para concorrer pela terceira vez a prefeito. Então...


AS APOSTAS
O primeiro suplente do PP, Zaloar Soares, fica 15 dias no Legislativo. O segundo suplente do PC do B, Augusto Panzenhagen, ocupará a cadeira ao longo do mês de janeiro. O que ambos têm em comum? São duas das grandes apostas de suas agremiações para o pleito de 6 de outubro. Soares quase chegou lá em 2020. Já Panzenhagen tem mais chão para percorrer. Mas ambos desfrutam do apoio partidário.


PARA FECHAR!
O colunista é privilegiado. Tem amigos, fontes, colegas. Tem amor. E reconhecimento. Assim é que cabe agora somente agradecer a todas as manifestações recebidas desde antes de quarta-feira, quando por iniciativa do deputado Valdeci Oliveira (e respaldo da Mesa Diretora do parlamento gaúcho), foi honrado com o recebimento da Medalha da 56ª Legislatura da Assembleia do RS. Foi demais, simplesmente.

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