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Por quem os sinos dobram?

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Quando me deparo com a frase: "Por quem os sinos dobram?" lembro do romance de Ernest Hemingway. No entanto, a origem da expressão que nomeia a obra é bem mais antiga. Em 1624, o reverendo e poeta inglês chamado John Donne escreveu, na cama em que esteve por dias, a um passo da morte, o livro Devotions upon emergent occasions. Trata-se de uma coleção de 23 pequenas "devoções", uma para cada dia de internação, sobre o processo de adoecimento e cura. Do quarto, Donne conseguia ouvir os sinos da igreja tocando. O badalar deles trazia uma informação importante, significava que alguém que vivia ali perto havia morrido e as pessoas se perguntavam: por quem os sinos dobram?

Os sinos dobraram muitas vezes neste ano, mais do que jamais poderíamos imaginar, tornando nossos dias muito mais sombrios e tristes. Este foi um ano de muitas perdas. Cada uma delas, mesmo que distante, foi significativa, por se tratar de uma história que deixou de ser contada, uma caminhada interrompida, um sonho não realizado, uma voz que nunca mais será ouvida.

Desde o nosso nascimento, ouvimos que nossa passagem por esse mundo é curta e que cada passo dado é em direção do fim. Por mais que essa seja a realidade, isso não quer dizer que estejamos preparados para ela. Penso que nunca estaremos.

Não bastassem as mortes, a pandemia provocou impactos sociais, econômicos, políticos, culturais sem precedentes na história. O índice de desempregos aumentou, assim como as diferenças sociais ficaram mais evidentes. Para muitos, é quase uma morte em vida.

Apesar de todas as dificuldades, chegou o Natal, data de celebrarmos a vida. A história nos conta que até nas grandes guerras havia trégua nesta época do ano. Então, vamos dar uma pausa na tristeza e aproveitar o momento. A dor, a saudade e as dificuldades não vão passar, mas podem abrandar. O melhor remédio é a união.

Reunirmos com aqueles de quem gostamos ajuda na superação da dor e das dificuldades. Cantar, dançar, exaltar a vida e sermos solidários também ajuda. Amanhã, não sabemos, até podemos.

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