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Por Marcela, Maria Luísa, Artur, Antonella e as crianças do mundo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Ontem (segunda-feira), quando recebi a notícia do nascimento de Marcela, neta do meu amigo Cláudio e filha de Renata, a quem amo como se ama uma filha, quedei-me a pensar em que mundo viverão ela, Antonella e Artur (meus netinhos) e Maria Luísa, neta de pouco menos de três meses de outro amigo querido, Valnei, e filha de outra filha do coração, a talentosa e competente jornalista Vanessa. O mundo que eles receberão será - e em que proporção - diferente deste em que vivemos, no qual um vírus mutante de baixa letalidade, mas de fácil transmissão, põe tudo de pernas para o ar, destruindo certezas aparentemente inabaláveis e nos fazendo reféns da insegurança generalizada que quase paralisa a vida?

No planeta que esses pequenos receberão, gerido em boa parte - é o que nos asseguram os avanços científicos e tecnológicos - pela Inteligência Artificial, ainda haverá pandemias como a que paralisa o mundo hoje? Nele, milhares de infantes ainda morrerão de fome a cada dia? Milhões continuarão morrendo de gripe a cada ano como ocorre hoje?

E esse mundo do futuro continuará dividido, por muros invisíveis mas palpáveis, entre ricos e pobres? A riqueza, em países periféricos como o nosso, continuará concentrada na mão de meia-dúzia de multimilionários? Continuaremos, no caso brasileiro, trabalhando para pagar juros ao capital especulativo que corrói nossas entranhas, com as benesses e salamaleques dos poderosos e dos mandachuvas da Economia? E pobreza e miséria continuarão sendo o carro-chefe da demagogia neosebastianista dos salvadores da pátria de sempre e dos messias de araque, que arrastam multidões de desinformados com suas bandeiras econômicas ultraliberais e seus costumes para lá de conservadores?

Por Marcela, por Maria Luísa, por Artur, por Antonella e por todos os pequenos que chegam ao mundo nestes tempos de inquietações e dificuldades que supúnhamos superadas, deveríamos fazer um esforço para criar as bases de uma sociedade humana mais aberta à compreensão das diferenças e capaz de estabelecer padrões éticos mais ajustados à possibilidade de transformação de nosso planeta da colcha de retalhos étnicos, religiosos e políticos, que somos, na pátria da humanidade, sem as fronteiras sociais e os fossos econômicos que nos dividem e nos separam; que criam guetos e categorizam pessoas pelas diferenças que nos fazem iguais nas imperfeições características da nossa condição de homens (espécie).

Se conseguíssemos assentar as bases dessa nova sociedade, não tenho dúvida de que essas crianças, que chegam para nos substituir nas andanças pelos caminhos do planeta, cumprirão com êxito suas missões de fazer da Terra esse lugar que vejo nos meus sonhos e delírios: um lugar onde reinarão a harmonia, a paz e a justiça social. Um lugar renovado pelo amor e pleno de humanidade. Dessa mesma humanidade, que, hoje, envergonhada, se esconde nos escaninhos ensombrecidos de nossas mentes e corações pouco afeitos ao diálogo e ao entendimento e sem qualquer compromisso efetivo com a ideia de fraternidade. 

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