plural

PLURAL: os textos de Suelen Aires Gonçalves e Silvana Maldaner

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  • Não ao retorno das aulas, governador

    Suelen Aires Gonçalves
    Socióloga e professora universitária

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    Estamos em meio a uma crise sanitária e de saúde pública provocados pela Covid-19, doença que já vitimou mais de 115 mil e contabilizou 3.627.217 infectados no país, segundo o Consórcio dos Veículos de Imprensa que disponibilizou tal parcial, em 24 de agosto, às 20h. A realidade do Rio Grande do Sul não é diferente do restante do país. Estamos com 3.102 mortes e 109.953 infectados. E com esses dados apresentados, ou melhor, vidas que foram perdidas pelo novo coronavírus, trago a seguinte pergunta: Como o governador tem a capacidade de propor o retorno das aulas presenciais no Estado para a próxima semana?

    A frase que li em um jornal de circulação estadual foi a seguinte: "Insisto que vejo possibilidade de retorno", diz o governador do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) sobre volta das aulas presenciais na rede estadual de ensino. Apresenta um calendário de retorno com o seguinte cronograma: 31/8 - Educação Infantil (público e privado), 14/9 - Ensino Superior (público e privado), 21/9 - Ensinos Médio e Técnico (público e privado), 28/9 - Ensino Fundamental - anos finais (público e privado), 8/10 - Ensino Fundamental - anos iniciais (público e privado).

    QUE PROPOSTA É ESSA?

    Essa proposta serve para quem, caro governador do Estado? Com base em que estudos científicos, o senhor apesenta uma proposta como essa? A proposta é, no mínimo indecente, pois apresenta o início do calendário com a educação infantil. Como pensar cronograma de distanciamento com crianças? Nossas escolas da rede pública e privada estão preparadas para o retorno? Ou o senhor está preocupado apenas com a "economia"? Simplesmente, joga a responsabilidade para os gestores públicos municipais que já apresentaram contrariedade com o tema. Mas mesmo assim ele insiste, sem respaldo e sem proposta adequada para um gestor público estadual como és. 

    INSEGURANÇA

    Que escola nós temos? Que escolas necessitamos para um período pós-pandemia? Que segurança biológica teremos com esse retorno sem perspectiva de vacina? Como está nossa rede de saúde para possíveis surtos, como visualizamos em outros países que adotaram essa tática suicida contar seu próprio povo? Sem tais perguntas e respostas apresentadas com transparência, com apoio de comitês técnicos-científicos e a seguridade dos nossos alunos (as) e trabalhadores em educação, repudio sua proposta. Ela não está de acordo com o momento histórico que estamos vivendo e não poderá ser implementada sem um espaço de escuta da sociedade e comunidades escolares do Rio Grande do Sul.

    Precisamos de 21 vereadores?
     

    Silvana Maldaner
    Editora de revista

    style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">Estamos começando um período lindo, com muitos apaixonados se revelando. Centenas de pessoas com profundo amor à Santa Maria. É lindo de ver. Amor genuíno, idealismo, soluções, grandes respostas para todos os problemas da cidade. Pessoas lindas, maquiadas, fotoshop bombando e cursos de oratória. Tudo para parecer o melhor candidato. Vale tudo para garantir a tecla "confirma" na urna. Teremos menos de 60 dias para definir os melhores candidatos a vereador e a prefeito.

    O mais impressionante não é a quantidade de candidatos. São as bandeiras levantadas e as causas defendidas nos discursos. A grande maioria nem sabe qual é o papel do vereador, suas atribuições e o que a lei permite fazer. O que interessa mesmo é garantir a vaga e ter o salário fixo por 4 anos, de mais de R$ 10 mil mensais, no caso do vereador, mais auxílio transporte, diárias, auxílio material de expediente e diversos cargos de confiança, representando quase o dobro para os cofres do município.

    POR PESSOAS ENGAJADAS 

    E qual a função de um vereador? O que mais tenho visto são projetos para dar nomes para ruas, prédios públicos ou homenagens na Câmara. Precisamos de 21 vereadores para isso? Se analisarmos, percebemos que cidades como Porto Alegre, com mais de 1,5 milhões de habitantes, têm apenas 36 vereadores, bem como São Paulo, que com 12 milhões de habitantes, conta com 55 vereadores. Santa Maria tem um vereador para cada 13 mil habitantes. Meio demais né?

    Quero saber quais os projetos que apresentaram e em quais votaram. Quem são os ausentes, indecisos e os omissos? Estes, não representam nada, e ainda, impedem a evolução das reformas. Estamos com um custo operacional muito alto na Câmara de Vereadores, que poderia ser investido em espaços públicos, saúde e infra-estrutura. Neste ano traumático, com empregos perdidos, empresas falidas ou multadas, não vi nenhum político ter redução de seu salário.

    A cidade que queremos não pode ser tomada pela guerra por vaidades, siglas partidárias, cabide de empregos, ou por quem adora transferir culpa para os governos estaduais e federais. Queremos pessoas engajadas de fato, que fazem a diferença. Precisamos, urgentemente, renovar, oxigenar e, principalmente, exigir atitudes.

    Mudanças políticas só vão ocorrer quando pararmos de votar porque queremos ajudar alguém. Político, para receber nosso dinheiro, tem que ter trabalho, passado e ficha limpa. Chega de político por profissão. Dos sebosos que só querem tirar fotos e aparecer em inaugurações, fazer discursos inflamados, ou aquela categoria mais escrota ainda, que só quer crescer apontando as falhas dos que tentaram fazer alguma coisa. Está na hora de começarmos a mudança que tanto queremos.

    Não existe dinheiro público, existe dinheiro do contribuinte.



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