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OPINIÃO: O tempo, o senhor da razão!

Hoje, com a licença de quem me lê quinzenalmente, mas não é espírita, vou abordar neste espaço quinzenal um assunto mais voltado para os espíritas, o que não impede de quem não o é de continuar a lê-lo. Vou discorrer breve ensaio sobre o perispírito. Para quem não sabe, este termo foi criado por Allan Kardec para identificar o corpo fluídico, ou astral, do espírito. É, em outras palavras, a roupagem do espírito, visto que este, o espírito é, na falta de uma melhor definição, energia pura. Funciona, o perispírito, como um molde para a formação de cada novo corpo físico e é nele, também, que ficam gravadas todas as experiências encarnatórias. Não confunda, porém, com Aura, que é outra coisa. É através dele, do perispírito, que os espíritos são identificados no plano espiritual e é com ele, também, que se mostram para nós no plano material possuindo uma constituição muito sutil e densidade muito menor que a do corpo físico. É o corpo imperecível do espírito servindo, entre outras tantas coisas, não somente para a sua identificação periférica, mas, também, evolutiva, na medida em que reflete o grau de desenvolvimento da alma que o habita, pois que suas características dependem do nível moral e espiritual da sua essência, o espírito.

Nos espíritos considerados puros, o perispírito é mais imaterial, incorpóreo e belo, pois que o grau de pureza do espírito é que determina a sua conformação. Quando etéreo e radioso, pode se elevar até as esferas excelsas dos universos espirituais das "muitas moradas da casa do meu pai", conforme asseverou Jesus. Já nos espíritos menos evoluídos, impuros e muito atrasados que, aliás, somos todos nós, ele é mais grosseiro e menos sutil. Outra função muito importante do perispírito relaciona-se a um dos pilares básico do espiritismo: à mediunidade. Sabemos que um espírito só consegue se manifestar no mundo físico pela combinação de seus fluidos perispirituais com os do médium. Essa combinação forma uma atmosfera fluídica espiritual, comum ao médium e ao espírito comunicador, tornando possível a transmissão do pensamento do espírito ao corpo físico do médium pelos diferentes meios da faculdade mediúnica, seja psicofonia, psicografia, etc. Segundo o saudoso escritor e estudioso espírita Hermínio Miranda, no seu livro "Diversidade dos Carismas" (Ed. Lachâtre), o espírito pensa e esse pensamento é captado pelo médium através dos canais condutores do seu perispírito, que o encaminham por meio dessa simbiose de fluidos até os mecanismos orgânicos do médium para que se concretize a comunicação.

A você, que não é espírita, mas que leu este texto até aqui, não tenho dúvida de que tenha tido bastante dificuldade não somente de entender, mas, também, de aceitar tais afirmações pela simples razão de que as teses espíritas demandam, ainda hoje, muito ceticismo não somente junto à ciência oficial, mas, igualmente, entre os não espíritas de todos os matizes religiosos. Isso é incontestável! Mas, por outro lado, é incontestável, também, que, ainda que muito lentamente, alguns homens de ciência e com as mentes menos engessadas no materialismo de experimentação já conseguem dar os primeiros passos não para a aceitação tácita dessas teses, mas para admitirem a possibilidade de que há algo mais além daquilo que os nossos olhos conseguem enxergar. E isso já é um grande, um enorme passo.

De tudo isso, só me resta uma grande certeza, a de que sabemos muito a respeito do que os nossos olhos veem, mas muito pouco sobre o que eles não veem. Se você não concorda com a ideia de que o invisível aos nossos olhos é habitado e seus habitantes convivem conosco, não há, por causa disso, nenhum problema nessa discordância, pois quem dirá sobre isso e sobre outras teses defendidas pelo espiritismo, como a reencarnação e tantas outras, é o grande aliado das verdades tardias: o tempo, o senhor da razão!


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