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OPINIÃO: Inventamos datas e calendários, geramos expectativas e emoções

Este espaço de opinião que permite um contato quinzenal com os leitores do Diário de Santa Maria é portador de duas dimensões especiais na presente edição: é o meu artigo de número 50 no Diário e coincide com o último fim de semana do ano de 2018. Completar cinco dezenas de artigos desde fevereiro de 2017, quando iniciei a participação nesta página, traz sabor especial do ponto de vista personalíssimo. Afinal, hesitei à época em aceitar o convite do grupo de santa-marienses que assumia o controle do Diário após anos de propriedade da RBS.

E tinha motivo: as circunstâncias de saúde vinham restringindo concordar com compromissos continuados, pelo receio de ter de interromper a participação ali adiante. Todavia, o significado comunitário para Santa Maria e região do projeto em implantação causou-me entusiasmo e levou à aceitação do convite. Completam-se 50 participações sem nenhuma falha no compromisso quinzenal. Ademais, permite-me estar presente na leitura de centenas de amigos (as) com quem me relacionei nas décadas morando em Santa Maria e, muitas vezes, exercendo funções públicas. Pelas circunstâncias da vida resido desde 1991 em Porto Alegre e nos últimos tempos raros são os momentos em que posso pessoalmente reencontrar as pessoas de Santa Maria e região.

Claro, existem as redes sociais e n'algumas delas interagimos. O outro aspecto é o final de um ano crucial, pleno de impactos, com a perspectiva de iniciar o de número 2019 no calendário gregoriano. Como escrevi há um ano aqui neste espaço: "... a transição de ano é invenção humana, condicionada a um modelo de cultura e civilização. Não esperemos eventos sobrenaturais ou naturais, ditames do além ou do mundo geológico ou biológico. Todavia, não descartemos o impacto psicológico e psicossocial que a data porta. É sempre grandioso. E dele originam- -se efeitos concretos e mutações. Não se fica apenas no imaginário. O humano, individual e coletivo, afetado transborda para a realidade, a natureza e a história consequências da mudança de ano no calendário".

Não há uma força divina ou natural a separar os anos e a programar eventos para o próximo. O nosso é um calendário como dezenas de outros, de diferentes civilizações, que existiram ou ainda sobrevivem. As novidades do ano iniciante dependerão de nós, indivíduos e coletividades. Portanto, depende de cada um o esforço para fazer o ano melhor e enfrentar as circunstâncias mesmo que adversas ou menos favoráveis. Depende das coletividades - sejam locais, nacionais ou mundiais - construir o mundo melhor em 2019 ainda que enfrentando adversidades ou obstáculos. Confesso que chego a esta passagem de ano com menores bons presságios pessoais e expectativas comunitárias. Talvez, coisas da idade e, certamente, de circunstâncias. Mas desejo que cada um e todos nós consigamos surpreender transformando 2019 num bom ano. Feliz passagem de ano!

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