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OPINIÃO: Entre acordes e palavras

Numa tarde fria, gelada para ser mais sincera, os pequenos músicos do Orquestrando Arte montam suas pequenas estantes para dar início ao Concerto na Estação Rodoviária de Santa Maria. Em seguida, a música ecoa pelo ambiente, aquecendo os corações de quem passa ou mora por ali. Pura magia. Aquela sonoridade preenche o espaço e ignora a temperatura.

Os flautistas são um show à parte. Sérios, atentos ao seu instrumento e à partitura, demonstram uma alegria que encanta, contagia, aquece a alma. Entre uma música e outra, chacoalham o corpo na tentativa de afugentar o frio. Logo voltam à posição como grandes músicos que são. Tocam como se estivessem fazendo uma reverência ao que consideram muito importante em suas vidas: a música.

Em outro momento, outro dia, testemunho a transformação que Clarices, Pedros, Saramagos, Veríssimos, Marinas e tantos outros escritores do mundo proporcionam a crianças, adolescentes e jovens numa ação de tirar o chapéu. Uma viagem por diferentes e emocionantes histórias sem sair da escola, do bairro, da cidade. Marcas são deixadas indeléveis na vida de quem é encantado por essa mala mágica. Certo estava o nosso sempre imortal Mário Quintana, os livros mudam as pessoas e estas sim são capazes de transformar a realidade a sua volta. Não existe fronteiras para quem se lança no caminho sem volta da leitura, porque o conhecimento gerado, adquirido, faz do mundo uma grande aldeia, estamos todos nela, sem diferenças, sem preconceitos.

A leitura e a música são movimentos de dentro para fora. Não alarmam, mas fazem um barulhão na vida dos que se deixam envolver pela magia da transformação que elas são portadoras. Nós sabemos disso.

Então, o que falta para colocarmos mais música, mais leitura na vida das nossas crianças? Lembra da pergunta: que Brasil você quer para o futuro? Eu quero um país em que as crianças tenham acesso à educação de qualidade, de forma integral, que envolva música, dança, teatro e muita leitura, muitos livros, sempre o melhor, não quero menos do que isso. Um país leitor, que possa dar conhecimento e dignidade aos pequenos brasileiros que farão o futuro de todos nós.

Como bem disse o saudoso Scliar, na crônica "Aprendendo com a professora", estudamos geometria, geografia, matemática, português e parece que não aprendemos o básico. Não fizemos a lição de casa. Vamos ficar de castigo. Quem sabe escrever cem vezes "não devemos esquecer as lições da professora", a professora da vida, que nos mostra todos os dias, em todos lugares, o caminho certo a seguir.

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