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O russo que ama um colibri

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Pois a Iracema Dantas de Araújo é uma grande amiga que conheci, ao acaso, no mundo virtual. É professora, escritora, tradutora. Atenta a tudo que se passa no mundo. Seu marido é gaúcho e colorado de carteirinha! Eles residem em Goiânia, Goiás.

Alma sensível, Iracema é engajada nas lutas ecológicas e de defesa de animais, não raro estando nas páginas dos jornais de Goiânia com seus textos. Gentilmente, mandou-me seu último livro em edição bilíngue. Por sua interferência, já tive vários textos meus publicados na imprensa de Goiânia.

Está aqui no sofá da minha sala a almofada vermelha que ela mandou de presente para a minha mulher, assim como pendurada no teto está a mandala também vermelha enviada por ela. Vera Maria retribuiu com uma toalhinha com o nome de Iracema bordado. Enfim, somos amigos verdadeiros sem nunca termos nos visto.

Recebi e-mail da Iracema contando sobre a singela história ocorrida na rua com um amigo russo que mora em Goiânia, chamado Dimitri. Esse russo é casado com uma brasileira chamada Iraci. Vou transcrever a história do Dimitri, que se naturalizou brasileiro aos 74 anos, pelo que ela tem de delicada, terna e bela numa época onde a violência infesta qual praga os noticiários da mídia.

Este é o e-mail que Dimitri escreveu para Iracema:
"Iracema: toda tardinha vou comprar pão no supermercado da 23... na esquina tem muitos fios de energia e tem sempre um beija-flor pequeno, preto, com rabinho em forma de tesoura... eu paro e dou um tchauzinho com dois dedos, o indicador e o médio... pois o beija-flor hoje deu um leve trinado e sacudiu o rabinho. Eu repeti o tchauzinho pra ver o que acontecia... o passarinho repetiu o trinado e sacudiu o rabinho de novo. Vê como é a natureza! Abraço do Dimitri/Iraci"

Quiçá para cada soldado que se mata estupidamente nas guerras existissem mil Dimitris pela face da Terra!

Para cada terrorista que mata brutalmente inocentes, poderia existir um milhão de Iracemas em cada canto do planeta!

Como é bom  saber que em Goiás, distante milhares de quilômetros, uma escritora talentosa e de coração  nobre, mesmo com as limitações de cadeirante, é ativista do movimento ambientalista. E ainda encontra tempo para me mandar almofadas e mandala e ora por meus filhos e netos.

Como é bom saber que o russo Dimitri, no centro de Goiânia, dá tchauzinho para o colibri que enterneceu seu coração e este lhe responde com suave trinado.

Apesar da corrupção, da maldade, da violência, do sanguinário noticiário da mídia, é preciso avançar com otimismo. Com a perseverança de um colibri no meio da fúria de um furacão.

O bem sempre vencerá. Deus nos reserva surpresas maravilhosas.

E no amanhã acontecerão coisas fantásticas!

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