colunista do impresso

O preço de R$ 4,27...

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O título deste texto refere-se a quanto se precisou de reais para se comprar US$ 1 (dólar) nesta última semana. Foi a maior cotação. Pasmem, mas isso impacta, e muito, na sua vida, de forma indireta e direta. E para todas as classes sociais brasileiras. Na série histórica esse é um dos valores mais altos que já tivemos em nossa economia. Lembro que antes das eleições de 2003, o dólar também atingiu valores semelhantes a esse.

Pois bem, porque a desvalorização de nossa moeda em relação ao dólar está tão elevada? Há inúmeras explicações para esse fenômeno. A literatura especializada, ou seja, a teoria econômica diz que as oscilações se dão por vários motivos tanto de ordem econômica como institucional. A taxa de câmbio "é um preço inerente à economia, assim como as divisas, um importante meio de pagamento." O motivo é que são inúmeras variáveis que podem influenciar o câmbio.

Mas, vamos aos fatos. A princípio, as explicações básicas para essa elevação atual se devem a três coisas: 1) cenário externo (relações comerciais entre os países, principalmente China versus EUA); 2) cenário interno (instabilidades políticas e demora das reformas); 3) ajuste fiscal e baixo juro interno da economia brasileira (taxa Selic). Acrescenta-se, ainda, a incapacidade de não realizarmos intermediação financeira no contexto internacional. Nossas instituições financeiras têm claro viés comercial e transacionam o seu fluxo financeiro muito no mercado doméstico.

E os seus impactos? Isso sim são vários e para todos os setores, desde o turismo ao serviço e até a indústria. Para a população em geral, o impacto são desde a compra do pãozinho (vulgo pão francês) do dia a dia, combustível, gás de cozinha, produtos importados (ceia natalina etc) e a carne. Aliás, inclui aí o macarrão (massas e derivados do trigo). Portanto, o peso desta oscilação no orçamento é significativo.

Imagine agora, iniciando as férias, se você quer levar os seus filhos(as) para conhecer o Mickey. Ora, prepare o bolso porque o gasto será alto. Ou, para aquele empresário que está planejando adquirir algum bem de capital importado (um maquinário) como fazer isso? A solução será esperar um pouco. A relação é que para cada 1 dólar adquirido, você precisa de mais de R$ 4, ou seja, quatro vezes mais.

Contudo, tem o lado positivo da história do câmbio, as commodities, como são exportadas (exemplo: soja), esses sim ganham, e muito, ao vender o seu produto para o mercado externo. O problema é quando se compra os defensivos agrícolas que, por ora, são importados.

Parece-me que isso será a realidade por um bom tempo ainda, tomara que agora de fato venham bons investimentos externos para nós, principalmente, o não especulativo. E, paralelo à diminuição da taxa de juros e o ajuste fiscal em andamento, a tendência é que voltemos a crescer, embora, com muitos desafios ainda. Contudo, é nítido que as políticas macroeconômicas estão em transformação. Veremos os seus resultados no futuro, mesmo que no presente o custo seja alto. Tomara que esse novo modelo seja positivo para todos(as).

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Os fatos passam. O exemplo devia ficar Anterior

Os fatos passam. O exemplo devia ficar

Sobre ameaças autoritárias em pleno século 21 Próximo

Sobre ameaças autoritárias em pleno século 21

Colunistas do Impresso