colunistas do impresso

O meu grande amigo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">A vida tem sido generosa comigo. Ao longo da minha existência, conheci pessoas que se transformaram em grandes amigos e amigas. E uma amizade não tem preço. É um patrimônio que conquistamos através da afinidade, da parceria e da lealdade. Alguns amigos são tão amigos que os chamamos de irmãos. É uma forma de realçarmos o quanto eles representam para nós.

E dentre os amigos que a vida me deu, um merece destaque especial. Não que seja melhor do que os outros. Todos são importantes e muito caros pra mim. Ele é apenas diferente. E é, certamente, um dos mais antigos que tenho. Nossa amizade começou quando eu tinha, mais ou menos, uns 10 anos de idade. Não recordo exatamente quem nos apresentou. Só lembro que rapidamente gostei do jeito dele. Percebi, de saída, que era bem falante. Até demais. Mas gostei de escutá-lo. E nossa amizade veio vindo e, felizmente, chegou até os dias de hoje.

Entretanto, uma relação tão longeva, qualquer que seja, profissional, amorosa ou mesmo de amizade, não é fácil de ser mantida. As diferenças vão aflorando. O desgaste é natural. Porém, no nosso caso, confesso que tem sido bem tranquila. Inclusive nesse momento de pandemia, em que todos falam em distanciamento social, fizemos o contrário e nos aproximamos ainda mais.

Às vezes, porém, nossa convivência tem ruídos. Volta e meia discordo das suas opiniões, o que é salutar. Mas fico quieto. Deixo-o falando sozinho. Quando um não quer, dois não brigam. E realmente nunca brigamos. O máximo foi ficarmos um ou dois dias afastados. Mas sem rancor, sem mágoa, sem nada. A verdadeira amizade não se abala por pouca coisa.

Semana passada ou retrasada, não lembro bem, andávamos de carro e achei que ele estava falando bobagem. Não concordei com os seus comentários. Para não me incomodar, pedi então que ele cantasse uma música. Pronto. Troquei de estação, ele saiu cantando e já resolvemos a nossa divergência. É que ele sabe ser mutável. Sabe se apresentar de várias formas.

Meu grande amigo é um, mas equivale a muitos. E possui diversos nomes. Chama-se Fernando Adão, Ari Vilmar, Cláudio, Marion, Itaúba, Vicente Paulo, Gílson, Alcides, Luiz Carlos, Salete, Claudemir e Élton. Também se chama André, José Luiz, Cândido, Maria Angélica, Renato, Fabrício, Matheus, Paulo, Tiago, Lisete, Sérgio, Plínio e por aí vai. Por vezes, gosta de ser chamado pelo apelido. Daí é Bolinha, Faísca, Marquinhos, Dadá, Carlinhos, etc.

O meu grande amigo, na verdade, se chama rádio. Mas é um amigo que se divide em vários. Nessa amizade, recebo mais do que entrego. Ele me dá informação, opinião, música, esporte e lazer. Devolvo em audiência, respeito e gratidão. Nossa relação é de uma convivência diária. Manhã, tarde e noite. Encontramo-nos em casa, no carro e no trabalho. Amizade verdadeira. Que não cansa, por ser prazerosa. Então, vida longa para nossa amizade, meu grande amigo rádio.

*Este artigo foi originalmente publicado na página 4 da edição de quinta-feira, 16 de julho de 2020.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Piritas Anterior

Piritas

O que leva as pessoas a comprarem pela internet? Próximo

O que leva as pessoas a comprarem pela internet?

Colunistas do Impresso