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Jesus, o meu amigaço do peito!

Cristão convicto, recebi a bênção de alguns milagres em 2019.

E vi muitas procissões. E não acompanhei a tantas por deficiências no menisco medial do joelho direito.

E vi vultos através da vidraça.

E belos frutos maduros caindo do pé.

E um sol que se levanta.

Cristo me permitiu sentir cheiros antigos.

E rever faces amigas.

E lembrei de queridos rostos mortos.

E aprendi a dizer não para coisas que me fariam mal.

E aprendi a dizer sim para coisas novas que passaram a me fazer bem.

Cristo me permitiu salvar náufragos da dependência.

E eu mesmo - como por milagre - cheguei à praia.

E escutei discussões violentas sem delas participar.

E ouvi queixas.

E fiz queixas.

E se queixaram de mim.

Cheguei até a fazer um poema.

E ergui paredes.

E fixei quadros de crianças.

E sonhei com mulheres adormecidas.

Cristo - metamorfose inexplicável - me transformou numa pachorrenta segunda-feira.

E me transformou em sábado também.

E conseguiu me explodir em domingo para reencontra-lo na Eucaristia.

Numa frenética busca - alcancei - o Norte.

E busquei o Leste.

E também para o Oeste.

E fugi para o Sul.

Cristo me permitiu passar por tardes loiras de sol.

E conheci o amor.

E acompanhei cardumes.

E me perdi com eles.

E achei um cavalo-marinho.

E recolhi conchas.

E me transformei em faca. Com a qual libertei botos presos em redes.

Até uma sereia falou comigo.

E gaivotas drogadas voavam por sobre meus cabelos.

Estive em terras longínquas.

E ouvi morteiros ao entardecer.

E o napalm queimou minha pele de pecador.

E toquei tambores de guerra.

Cristo me ensinou a fumar o cachimbo da paz.

Andei por estepes desoladas.

E descampados verdes.

E desci ao fundo das minas.

E naveguei por mansos canais azuis.

Minha neta número 1, de nome Amanda, se formou em Engenharia de Produção.

E meu neto Tarso passou para o quinto ano de Medicina. Ambos na UFSM.

Cristo não permitiu que eu morresse em 2019. E ainda me deu essas alegrias todas.

Podem me chamar de gordo otário, carola, piegas, de qualquer coisa!

Mas eu quero que esta crônica - nesta edição especial de hoje - seja dedicada a este querido.

Que jamais me abandonou. Que nunca me negou fogo.

No colo de quem sempre chorei quando errei, estive enfermo ou perdido.

Meu amigaço do peito: Jesus Cristo!

Desejo, do fundo do meu coração, que Ele proteja todos os meus leitores como protegeu a mim!

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