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Incongruências

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Recebo, diariamente, um boletim dos EUA - DG Alerts Covid-19 - em que se informa a situação mundial da pandemia. Nele são relatados vários indicadores que causam surpresa ao serem analisados. No indicativo de incidência do vírus por milhão de habitantes vemos que o Brasil tem 278 casos; o Reino Unido 657; a Espanha 607; a França 445; os EUA 386; enquanto a Índia tem 12 casos por milhão; o Paquistão 20; Bangladesh 11 e a China somente 3 casos/milhão! A que se deve tais discrepâncias? Não sei responder, porém pode-se aventar suposições: Nos países de maior qualidade de vida os índices são maiores, enquanto nos de menor qualidade de vida, são menores. Qual a explicação?

Posso aventar que um dos fatores é a imunidade natural que as crianças adquirem por contato íntimo com o meio ambiente. Quanto maior a insalubridade, maior a diversificação da imunidade natural. As crianças dos países mais desenvolvidos convivem pouco com a terra, vivem numa bolha de proteção que não lhes deixa adquirirem contato com os patógenos que poluem o meio ambiente. Daí a pouca diversificação da imunidade natural.

É fato notório que os médicos, por conviverem em contato com as bactérias, vírus e fungos de seus pacientes, adquirem maior grau de imunidade se comparados com as pessoas circundantes. A pele é o maior órgão em contato com o meio ambiente e é ela que promove, constantemente, a elaboração das defesas que o organismo necessita para continuar vivo.

Entre os animais, observamos que as defesas naturais são tão poderosas que as curas se dão espontaneamente, sem necessidade, na maioria das vezes, de recursos terapêuticos externos. As vacinas são usadas para induzirem, justamente, essas defesas naturais que os anticorpos produzem. Muitas dessas vacinas, ou contatos com os patógenos da natureza, produzem o que se denomina imunidade cruzada, isto é: uma defesa imunológica por semelhança. Seria essa a explicação para o baixíssimo contágio do vírus da Covid-19 nos países citados acima?

Outro fato notório, que exige explicação, é a pouca incidência da Covid-19 entre as populações de nossos bairros e favelas, onde o isolamento social é uma quimera e os ambientes com aglomeração humana são a regra. As projeções de expansão viral não fecham com essas populações.

Li, há poucos dias, num comunicado pelo Whats App, que um matemático experiente em análises de estatísticas encontrava dificuldades intransponíveis ao projetar dados da nova epidemia. As contas não fechavam. Quando ele introduziu um fator de redução em 80%, as contas passaram a dar certo. Isso significaria que 80% da população não é atingida pelo vírus, seja por imunidade natural ou algum outro fator ainda desconhecido. O tempo dirá!

A verdade que se impõem é de que a expansão do vírus, que é extremamente contagiante, não está se dando da maneira catastrófica que as previsões indicavam. Alguns infectologistas dirão que o confinamento social e o uso de máscaras foram os responsáveis pela contenção da pandemia. Pode ser verdade, mas como explicar a baixa incidência nesses países citados? Na China houve e ainda há um confinamento rígido que pode explicar tão baixa incidência, mas e na Índia, no Paquistão e em Bangladesh?

Muita coisa ainda falta para ser esclarecida. Os estudos ao redor do mundo, que estão sendo feitos de maneira intensiva, virão responder a essas dúvidas. Enquanto eles não chegarem, as nossas esperanças estarão depositadas no surgimento de uma vacina eficaz que possa interromper o ciclo dessa pandemia. Até lá, deveremos desenvolver métodos de convivência com a nova virose que propiciem a volta às atividades sociais tão desejadas.

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