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Eu li, nós lemos!

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Ao abrir o livro Histórias de Fantasia e Mistério, me deparo com o texto A chance de saber mais, que diz o seguinte: "O mundo parece ser feito apenas de coisas que a gente vê nele. Mais há outras que não vemos, embora existam. São as coisas que lemos. Elas estão escondidas no meio das letras. É preciso ler para que elas apareçam diretamente em nossas cabeças. Se não lemos, todas essas coisas que estão guardadas nos livros não aparecem para nós. Quem não lê, só vê uma parte das coisas do mundo. E não consegue conhecer tudo.

Muitas vezes, no meio de uma conversa, ouvimos falar de uma pessoa ou de uma história que o amigo conhece de leitura. Quem não leu ficou de fora".

A última parte do texto eu tomo a liberdade de trazer para o que fizemos durante a 1ª Maratona de Leitura de Santa Maria: Por isso, compartilhamos livros e leituras. Queremos que você conheça o que não está na sua frente, mas está dentro dos livros. Você vai poder viajar sem se levantar da cadeira. Conhecer gente muito interessante sem ser necessário conviver com ela. Vai rir e até chorar com histórias de pessoas que só existem nos livros. Não jogue fora a chance de saber mais. Não fique de fora.

Ontem, ao abrir o Diário de Santa Maria, que também foi maratonista, me deparo com uma carta muito especial. As Gabrielas (sim, são duas), a Keisy, o Wesley e a Vitória, alunos dos anos finais do ensino fundamental da Escola Maria de Lourdes Castro, sabem bem o que compartilhar livros e leituras significa. Durante a Maratona, eles e a turma foram da Vila Maringá, onde fica a escola, até o distrito de Boca do Monte, na Escola Municipal de Educação Infantil Boca do Monte, fazer um piquenique. Ah, mas não foi servido em cesta. O banquete estava nos livros e nas histórias que eles dividiram com a criançada.

Foram muitas leituras compartilhadas. Turmas levaram leituras para dentro das fábricas de facas em Arroio Grande. Crianças do 4º Ano levaram histórias para uma tarde com as vovozinhas no Lar. Uma troca que fica na memória das crianças e das vovós, que puderam compartilhar suas histórias também. Não cabe nestas poucas linhas tudo que aconteceu naquela sexta-feira. E ainda no sábado, quando o Coletivo Memória Ativa relembrou leituras dos imortais da literatura de Santa Maria, como Prado Veppo, Humberto Zanatta e tantos outros. Leituras que passaram por tantos lugares diferentes. E que ficaram em quem passou por elas.

Marina Colasanti, no livro Como se fizesse um cavalo, faz uma análise do que seria sua vida sem a leitura. Uma reflexão sensacional sobre a dívida que temos com nossas leituras. Diz ela, "Conta-se que certa vez perguntaram a Michelangelo - acho que foi a ele, e não vou verificar agora - como fazia para esculpir um cavalo. É simples, teria respondido o artista, pega-se o bloco de mármore bem grande, tira-se tudo o que não for cavalo, e o que sobra é ele, o equino. Seguindo seu exemplo, vou desbastar do bloco da minha vida todas as leituras, tirar os livros todos. O que sobrar será o que eu teria sido sem eles, e me dará a justa medida do que fizeram por mim".

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