Alceu Moreira sai da disputa ao Piratini e Schirmer é cogitado

A direção do MDB decidiu que a escolha do candidato ao governo do Estado seria feita somente pelo voto do diretório estadual e marcou o processo para o próximo domingo, desagradando caciques e integrantes da ala histórica do partido. O fato culminou com a desistência da disputa, na tarde desta terça-feira, do deputado federal Alceu Moreira, ex-presidente do partido até o início deste mês. Com isso, só restou, pelo menos por ora, o deputado estadual Gabriel Souza para a indicação. Mas há possibilidade de o ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer entrar no processo.

Em carta, Moreira justificou que não poderia a aceitar a escolha do pré-candidato somente pelo diretório, constituído por 71 membros, com a exclusão da militância do processo. E criticou, sem citar nomes, Souza, que era, até então, seu aliado e da mesma base eleitoral.

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"(...) Mas os acontecimentos dos últimos meses acabaram por minar essa ideia e confesso que me entristeceram profundamente, em especial pela falta de palavra e lealdade de quem menos podia esperar. Manobras foram feitas para postergar as decisões e retirar meu nome da disputa. A máquina governista entrou em campo e interferências externas influenciaram numa disputa interna que não é de um partido qualquer, mas do maior do Rio Grande", diz um trecho da carta, referindo-se ao fato de ele ter percorrido o Estado como nome ao Piratini e a possível interferência do governador Eduardo Leite em favor de Souza, de quem se aproximou quando o emedebista foi presidente da Assembleia.

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Os 71 membros do diretório estadual escolheriam o candidato no domingo entre os deputados Alceu Moreira e Gabriel Souza

Antes de Moreira abrir mão da indicação, emedebistas históricos, entre eles os ex-governadores Pedro Simon e Germano Rigotto, o ex-prefeito Cezar Schirmer, assinaram o manifesto "Por um MDB democrático e representativo" e divulgaram nas redes sociais. O apelo, direcionado ao presidente estadual da sigla, Fábio Branco, e demais membros da direção, tinha por objetivo rever a decisão e ampliar a escolha para prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, dirigentes municipais, entre outros.

Ao mesmo tempo, duas lideranças do MDB, os deputados federais Giovani Feltes e Márcio Biolchi, ex-secretários do governo José Ivo Sartori, abriam voto para Gabriel Souza.

Se a disputa entre os dois deputados se confirmasse, a tendência era pela vitória de Souza, já que teria o apoio da maioria do diretório estadual. Com o tamanho do racha dentro do MDB diante dos acontecimentos, a legenda tende a sair para campanha muito enfraquecida e mais dividida do que nunca.