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A lógica espírita não tira a dor mas tira o desespero

Uma das maiores dores, senão a maior, que um pai e uma mãe podem sentir é a morte de um filho, independente da idade. E quando isso acontece, por mais que tentem, não conseguem encontrar respostas plausíveis para essa que é a pior de todas as perdas. Este, aliás, é um tema que as religiões pentecostais e judaico-cristãs têm uma enorme dificuldade em explicar, de forma lógica e racional, sem que não seja pela singela explicação de que foi pela vontade de Deus. Ora, que Deus é esse que premia alguns pais permitindo-lhes que sejam seus corpos sepultados por seus filhos já adultos e que castiga outros permitindo que os pais sepultem seus filhos ainda durante os primeiros anos de vida?

O Criador, com certeza, não cometeria essa maldade de juntá-los por um breve espaço de tempo e depois separá-los definitivamente pelo resto da eternidade. Você consegue ver alguma lógica nessa disparidade tão radical? Não, só não conseguirá como não encontrará nenhuma resposta plausível que não seja através da tese da multiplicidade das existências e o princípio da causalidade. Ninguém, absolutamente ninguém é vítima do destino, pois que, na vida, os grandes acontecimentos são frutos de um planejamento divino muito bem elaborado.

Eu sei, você sabe, todos nós sabemos que a morte de crianças nos induz, fundamentalmente, nos campos filosóficos e religiosos, a buscar respostas razoáveis para essa aparente "injustiça divina" sem nos darmos conta de que essa vida que estamos vivendo atualmente é apenas mais uma da jornada evolutiva do espírito imortal. Por isso, ainda que o motivo esteja fora do nosso alcance, a morte de uma criança faz parte, sim, desse planejamento, pois que todos os grandes acontecimentos deverão ter uma causa e, desde que admitamos que Deus é justo, essa causa também, obrigatoriamente, também deverá ser justa, inclusive aqueles acontecimentos que nos fazem sofrer, ainda que desconheçamos a razão dessas causas.

Já uma vez crendo na tese da reencarnação, vamos entender que a igualdade é para todos, pois que a justiça divina engloba a todos sem qualquer falha e nenhum favor ou desfavorecimento a quem quer que seja.

Todos nós ao nascermos trazemos conosco objetivos a cumprir e, por vezes, quando uma criança aporta a este planeta-escola portadora de uma saúde debilitada, talvez esteja embutida como uma de suas missões, a espiritualizações dos pais na medida em que nessas situações a tendência dos pais, nesses casos, é unirem-se e espiritualizarem-se na tentativa de aproximarem-se de Deus para enfrentarem aquela situação não desejada. As missões que trazemos, salvo exceções à regra, quase nunca são para salvar o mundo e sim para salvar pessoas, pois que existem muitas formas de encaminhá-las e salvá-las. E quando estiver tudo organizado, encaminhado e a missão cumprida neste planeta-escola onde ensinamos e aprendemos, chega a hora de partir, pois não há mais necessidade para aqui continuar. E assim como deixamos felizes muitos quando aqui chegamos, lá, do outro lado, também encontraremos, nos esperando, muitos dos que aqui nos amaram, também felizes não somente pelo retorno à pátria do espírito, mas, fundamentalmente, pelo êxito da missão quando aqui cumprimos o nosso objetivo.

Por tudo isso, tenha sempre em mente que a morte de uma criança sempre é educativa e não um castigo ou uma punição divina. O desencarne, ainda que muito triste e dolorido para quem fica, não é um fim definitivo, pois que Deus não separa os que se amam, mas sim, é apenas o término de uma etapa na vida imortal do espírito que nos leva de volta para a nossa verdadeira casa e lá, com uma visão muito mais abrangente da que temos hoje, percebemos que tudo, absolutamente tudo, teve um propósito sempre voltado para o nosso crescimento espiritual, objetivo primeiro da nossa existência. Frente ao desencarne prematuramente de um filho, não é raro os pais buscarem as casas espíritas na ânsia de acharem respostas não encontradas para este que é o maior dos infortúnios. E lá, fruto da razoabilidade dos preceitos espíritas, encontram respostas que são um refrigério para o sofrimento da perda na medida em que a lógica espírita não tira a dor, mas tira o desespero

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