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1969: o ano que mudou nossas vidas

Pois é, amigos, desde 1969, se passaram 50 anos. Pensando nisso, a partir das referências midiáticas à chegada do homem à Lua, em 20 de julho daquele ano, pensei em ordenar alguns fatos que marcaram o último ano daquela transformadora década do século 20.

Obviamente, do ponto de vista global, a pisada de Armstrong no solo lunar é o fato mais relevante. Sabemos todos que isso decorreu de um incrível avanço científico e tecnológico e do ancestral sonho humano de se alçar às estrelas, mas também da Guerra Fria, que punha em lados opostos e belicosamente perigosos Estados Unidos e União Soviética. Aliás, a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, até então andara à frente dos norte-americanos na corrida espacial, pois, em 1957, mandara ao espaço a cadela Laika, primeiro ser vivo a orbitar a Terra, e, em 1961, o cosmonauta Iuri Gagarin, aquele da frase famosa "a Terra é azul!".

Independentemente das questões ideológicas postas no tabuleiro geopolítico de então, o mundo inteiro parou para assistir a alunissagem do módulo levado ao nosso satélite natural pela Apollo 11. Quem viu, em cores ou em preto e branco, como nós, brasileiros (a TV colorida chegou para nós no ano seguinte), não esquecerá jamais. Mas, dizia eu, na introdução do texto, que pensei em ordenar alguns fatos que marcaram 1969, ano em que, no país, assumiu o poder (em outubro) Emílio Garrastazu Médici, terceiro general da linha sucessória iniciada por Castelo Branco com a "redentora", em 1964, já com o tacão mais pesado e o arbítrio multiplicado pelo AI-5, de dezembro do ano anterior. Ainda no Brasil, 1969 foi o ano em que morreu Carlos Marighella e foi sequestrado o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick.

Também aquele foi o ano em que a genialidade de Millor Fernandes, Jaguar, Henfil, Ziraldo, Paulo Francis, Tarso de Castro e outros gestaram e lançaram o mais espetacular instrumento de combate e resistência à ditadura, que foi o jornal O Pasquim , trincheira lúcida e bem-humorada da ultrajada democracia brasileira na época.

Mas, fora do país, houve fatos, cujo impacto social, cultural e econômico ajudou a transformar o mundo e seus costumes esclerosados, como por exemplo, Woodstock, o maior festival de rock'n roll de todos os tempos, que potencializou sonhos jovens de construir um mundo de paz e amor. Da consciência dispersa pelo planeta e galvanizada em Woodstock, nasceu um movimento avassalador pelo fim da estúpida e genocida Guerra do Vietnã. Como um ano antes, em Paris, começaram a ruir valores carcomidos pelo conservadorismo. Como, antes, no início da década, sedimentados em profundas raízes na música americana dos anos 1950, nasceram The Beatles, a maior banda de todos os tempos, que, ao seu modo, ajudou a provocar a mais profunda transformação de costumes da história moderna da humanidade. Coincidentemente, foi em 1969 que os Beatles lançaram seu último e talvez mais icônico disco, Abbey Road. Em 1969, Gilberto Gil, antes de se exilar na Inglaterra, lançou a também icônica Aquele Abraço. Aqueles, definitivamente, eram outros tempos, para o mal e para o bem. O título? Sim, copiei do filme de Ernest Thompson.

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