Há algumas semanas falamos sobre estratégias para manter uma atividade física ao longo do ano. Hoje, nos aprofundaremos mais um pouco nesse assunto, entendendo como transformar a simples ideia de uma nova prática (que, há pouco, não fazia parte de seu cotidiano) em um hábito.
Sim, exatamente isso, um hábito. No momento em que aquilo passa a fazer parte da sua rotina, você simplesmente faz. Não precisa de maiores estratégias ou motivação para a manutenção da atividade. Ela passa a ser imprescindível na sua vida, assim como qualquer ação cotidiana.
Para isso, vamos entender melhor o mecanismo que gera o hábito: segundo Charles Duhigg, autor do livro O poder do hábito - por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios, o hábito pode ser dividido em três partes distintas, porém interligadas, que criam o 'Loop do Hábito'. As partes são a "Deixa" (elemento de motivação inicial), a "Rotina" (a atividade propriamente dita) e a "Recompensa" (a satisfação em completar a atividade). Duhigg afirma que a conexão entre a deixa e a recompensa é o que reforça a repetição da rotina, logo, quanto mais forte for essa correlação, maiores serão as chances de a prática tornar-se um hábito (isso explica facilmente, também, como adquirimos maus hábitos com tanta facilidade).
Mas como podemos exemplificar, na prática, trazendo para o contexto da atividade física?
Foto: Pixabay
Uma boa referência são os praticantes da terceira idade que, normalmente, procuram uma academia com o objetivo de amenizar problemas de saúde osteoarticular, manifestadas na forma de dores (Deixa). É bem comum que comecem a treinar (Rotina) e, em pouco tempo, sintam melhora significativa no quadro (Recompensa). Essa sensação ainda não criou o hábito, pois eles tendem a parar a prática sentindo-se "curados".
Logo, obviamente, as dores retornam... e lá vai o nosso idoso de volta para a academia para, dessa vez, nunca mais abandonar, entendendo, enfim, que somente manterá o quadro estável mediante prática de atividade física constante. Dá pra perceber claramente a relação entre a motivação inicial e a satisfação final, que fará com que a prática vire hábito.
Podemos concluir que é importantíssimo encontrar o que será a sua recompensa ao final de cada treino, para que ele se repita com constância. Isso é muito particular, mas podemos citar como exemplos: a liberação de endorfina e consequente sensação de prazer pós treino; as calorias perdidas; a superação de marcas estabelecidas no treino anterior (carga, repetições, etc.); o inchaço localizado no músculo após o treino; e até a própria refeição pós-treino pode ser um fator de recompensa. Enfim... você escolhe. Tudo o que contribuir para manter o praticante na linha é válido.
Bons treinos a todos (sem furar a rotina) e até o próximo mês.