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Treino em casa na quarentena: além do senso comum


Em maior ou menor grau, com flexibilização das atividades ou não, o fato é que continuamos em quarentena. Desde o início do fechamento das atividades comerciais, temos observado nas redes sociais uma onda de treinos/exercícios para serem feitos em casa, sem a necessidade de equipamentos e pesos e o consequente deslocamento a um centro de treinamento.

Muitos, mas muitos profissionais mesmo, em um esforço louvável, disponibilizaram nas redes sugestões de séries de exercícios para esse período, geralmente sem custo algum.

Porém, é importante lembrar que essa tendência não é exatamente nova. Em uma busca rápida no YouTube por treinos nesse formato, encontramos bastante material publicado em anos anteriores. Cada um prometendo um resultado específico, para os mais diversos públicos.

A questão é: podemos acreditar no resultado prometido? E mais ainda: Quais riscos podemos acabar enfrentando?

Vamos pensar um pouco mais além: de forma geral, podemos afirmar que qualquer promessa de resultado estético é imprevisível, no melhor cenário (e ilusória no pior). Quando tratamos de treinamento físico, estamos falando de trabalhar capacidades físicas (força principalmente). Podemos afirmar, dependendo de cada contexto, que você vai puxar mais forte, bem como empurrar, agachar, chutar, socar, arremessar, saltar, correr e mais um sem número de gestos esportivos que se valem da força como motor de ação. Como o seu corpo vai reagir a esse estímulo (ganhando músculos e/ou emagrecendo) são apenas adaptações fisiológicas, que vão ser influenciadas por outra série de questões, tais como: repouso, hidratação, nutrição adequada, adesão ao treino, progressão do mesmo, adaptações decorrentes da especificidade esportiva envolvida, e a própria predisposição genética do indivíduo.

Por aí já podemos, no mínimo, desconfiar de promessas de resultados específicos.

Mas e quanto à riscos? Realmente há algum envolvido?

A resposta é: Depende.

Olhemos por exemplo, uma série de exercícios que alega ser indicada para idosos.

Ampliando a questão, devemos perguntar: quão idosos? Em que condição musculoesquelética? Com qual histórico de síndrome metabólica? E sobrepeso? E propensão a sentir tonturas? Isso só pra ficar nos exemplos mais comuns.

Percebem como pode ser perigoso jogar toda essa variabilidade de condições não raro presentes a partir de uma certa idade dentro de uma grande gaveta genérica chamada "Idosos"? Um número não nos define.

Mas então não vale a pena treinar em casa?

Calma. Novamente digo: Depende.

É fundamental analisar com critério o que pode ser interessante para você e descartar o que não vai lhe servir. Praticantes mais experientes podem fazer isso facilmente sozinhos, mas se não é o seu caso, você pode solicitar a um profissional que possa fazer essa triagem junto com você. Recentemente fiz isso para uma amiga que tentou seguir um treino pronto que se mostrou absurdamente longo para ela, deixando-a demasiado exausta pelo resto do dia. Lembre-se do que falamos no texto anterior: Treino agora não deve minar a sua imunidade.

Outra alternativa são as plataformas de videoconferência. Já há profissionais prescrevendo treinamentos personalizados valendo-se dessa alternativa e produzindo grandes resultados. Esse formato veio para ficar.

Bons treinos a todos, com critério, e principalmente, segurança.

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