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No mês de março acontecerá a abertura do período de janela partidária, para que vereadores possam mudar de partido sem que sofram as penalizações por infidelidade partidária, podendo os titulares de mandato concorrer por outra legenda nas eleições municipais de outubro deste ano.
Esse troca-troca de partido na véspera do período eleitoral é no mínimo uma traição aos partidos que ofereceram vaga e legenda aos que foram eleitos. Sem falar no eleitor que vota em um candidato por uma bandeira, partido, ideologia e até mesmo por ser da situação ou oposição e esse simplesmente ignora isso tudo e corre em busca de uma nova sigla partidária.
Talvez essa seja uma das principais causas que me fazem defender candidaturas independentes, sem partidos. Essas mudanças acabam desvirtuando o compromisso de representar do eleito com o seu eleitor. Mudar de partido não é errado. Mas tendo em vista que usamos o regime proporcional e quociente eleitoral nas eleições ao legislativo (seja municipal, estadual ou federal) o mandato não é do titular do cargo, ele é do partido.
Por mais que seja uma ferramenta disponibilizada pela legislação, a troca de partido de eleitos é imoral. Coerente seria se o titular do mandato renunciasse o seu cargo e buscasse um novo mandato pela nova sigla, sem usar do mandato que conseguiu graças a todos os votos obtidos pelos candidatos do partido (e até então também pelas coligações).
Lembro que na legislação, existem formas de trocar de partido sem sofrer sansão se tiver uma plausível justificativa, como, perseguição política. Qualquer coisa fora disso não é nada além de hipocrisia, incoerência, traição, demagogia e populismo desses que não se preocupam com seus eleitores, mas só com seus próprios interesses. A política precisa mudar, mas essa mudança não virá dos que fazem sempre o mesmo!
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