sociedade

A Realidade Bate a Nossa Porta


Ao ultrapassar 250 mil mortes, ultimamente de forma acelerada e com a terrível previsão de chegar a 300 mil no mês de março, a Covid-19 aproxima-se cada vez mais de todas as comunidades - e até de todas as famílias - deste nosso Brasil tão desigual, inclusive na empatia com a dor das famílias que sofrem duras perdas.

Passado o feriado de carnaval, em que todas as festas oficiais foram canceladas, o saldo não poderia ser pior. Paga-se o preço das muitas festas clandestinas, das praias lotadas , das milhares de pessoas que se aglomeraram para festejar (não sei exatamente o quê ), sem nenhuma preocupação com a própria segurança, com a segurança daqueles a sua volta e a de suas próprias famílias.

A conta veio, com as consequências agora observadas: hospitais cheios, UTIs lotadas, mortes ocorrendo diariamente. Muita gente evidencia cansaço e tédio naturais pela com a falta de interação social, mas, lamentavelmente, mostra também total despreocupação com a coletividade. Assistimos estarrecidos a milhares de pessoas nas ruas sem máscara,comportando-se de forma prepotente e egoísta e tentando justificar essa forma de pensar e agir com argumentos que tornem normais essa forma de agir que pode ser agressiva consigo mesma e com sua família.

Depois dos Estados Unidos, o Basil é o país que mais mortes teve até agora e mais contaminados proporcionalmente tem. O início da vacinação era tão esperado, que chegou a emocionar àqueles que a ele assistiram. Era a esperança chegando ainda que em pequenas doses. Logo cálculos e questionamentos começaram a ser feitos, a lentidão do processo começou a ser demonstrada, e a dor e a insegurança voltou.Algumas lideranças tumultuam o momento atual e, com isso, promovem o caos e alimentam a ignorância.

Tais lideranças não demonstram interesse em proteger a população e chegam a insinuar que uma seleção natural está em marcha e que somente os mais fortes sobreviverão. A propaganda enganosa de um pseudo tratamento, sem comprovação científica, somente tumultua e promove o caos. O que se pode esperar de cuidados preventivos quando o próprio presidente os nega, apresentando-se, por exemplo, em meio a aglomerações?

E nós, o povo, o que fazemos? Muito pouco! Estamos deprimidos, cansados ou assumindo um negacionismo absurdo. O máximo hoje que se faz e bater panela em janelas de casa, ação que pode liberar um mínimo de nossa revolta, mas que não chega a provocar reação ou mudanças.

Mesmo com ações pequenas, entretanto, o povo brasileiro mostra descontentamento e exige mudanças reais em relação às mortes e as dificuldades do cotidiano. se sente dificuldade no bolso, a morte de mais de um quarto de milhão de brasileiros não tem nenhum impacto ou promove mudanças reais no nosso cotidiano. Hoje temos duas vacinas aprovadas e que já imunizaram ao redor de seis milhões de brasileiros.

Será preciso, no entanto, ampliar muito mais a vacinação, que está lenta. Bolsonaro e seus seguidores pensam em tratamento precoce e propagam o que a cloroquina é a salvação do mundo, incentivando àqueles que buscam uma saída fácil e os que esperam uma salvação divina.

A realidade, todavia, bate em nossa porta. Precisamos acordar e ver, com mais nitidez e realismo, o mundo que nos rodeia, bem como proteger-nos e proteger aqueles que amamos. A imunização terá, necessariamente, que ser coletiva, o que só acontecerá com a vacinação em massa, para tanto é essencial que todos se vacinem. O mundo atual somente mudará e voltará ao normal se houver comprometimento de cada pessoa. É preciso exigir que as autoridades, em todos os níveis, trabalhem incansavelmente para que todos sejam vacinados o mais breve possível. Qualquer outra prioridade passa a ser secundária. A vida, em primeiro lugar! 

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