Cai mais um pouco número de militantes partidários na cidade


Foto: Claudemir Pereira
Foto: Claudemir Pereira

Já estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral os dados de fevereiro, os mais recentes, acerca da filiação partidária em Santa Maria. É verdade que, em relação ao mês anterior, a diferença, para menos, é ínfima. Ainda assim, é paulatina a redução da militância nas agremiações. Mesmo que, sempre é possível acrescentar, boa parte do alistamento se dá cartorialmente. O colunista é capaz de apostar que há filiados que sequer sabem disso.

Feitos todos os descontos, é fato porém, que cai a participação. Houve momentos, nem tão distantes assim, em que passava dos 28 mil o número de agregados às siglas. Aliás, em março de 2019, há exatos quatro anos, eles eram 28.160. Agora, conforme o TSE, eles são 25.868. Sim, é um número extraordinário, superior a 12% do eleitorado inscrito. Mas foi mais.

O que explica isso? Tema a ser analisado pelos partidos e por quem busca agregar novos alistados às agremiações. De todo modo, se há algo que não muda, e isso já há bom punhado de anos, é o tamanho dos partidos em Santa Maria. Os maiores continuam os mesmos, por exemplo. E o interessante é que mesmo as crises internas, que existem, claro, não chegam a mexer com o contingente de militantes.

Dois exemplos que ilustram bem essa situação podem ser o MDB e o PTB. O primeiro, que vive rachas há um tempão na cidade, sobretudo após a saída da cidade do ex-prefeito Cezar Schirmer e que começa a consolidar uma nova liderança, o deputado Beto Fantinel, continua praticamente do mesmo tamanho e é o segundo maior, apenas atrás do PT, histórico líder da militância local.

O segundo está praticamente sumindo, não atingiu a cláusula de barreira, seus líderes mudaram de casa, nacionalmente se fundiu ao Patriota e, no entanto, o PTB segue grande (numericamente) em Santa Maria. A explicar isso tudo só um fator: ninguém dá bola para a assinatura dada, quando convidado a se filiar.

E os números? Os principais continuam os mesmos. No contingente de grandões, pontifica o PT, com seus 6.674 filiados. Bem a frente do segundo, o MDB, com 3.465. Depois, como tem se repetido nos últimos anos, PP e PDT. O primeiro com 2.829 alistados e o segundo com 2.576. Fecha o quinteto da primeira fila o PSDB. Os tucanos, que é bom não esquecer acresceram (como todos os que ficam no poder) um punhado de novos filiados nos últimos anos, agora são 2.121.

Além do já citado PTB, que mantém, no registro, 1.845 filiados, há o União Brasil, que recebeu a herança do antigo DEM, de cuja costela nasceu, com 1.512. Esses são os mais próximos dos líderes, seguidos do PSB (806), Republicanos (765) e do PL (674 filiados), fechando os 10 principais, numericamente falando.

Dos ainda médios aos pequerruchos, há quem tenha só dois filiados por cá

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário/Arquivo)
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário/Arquivo)

Se a vida dos maiores partidos está difícil, imagina a dos menores. Alguns talvez seus militantes, tão poucos, sequer devem saber da existência. Claro que, entre os 32 com vida legal na cidade, há os médios, como o PSD, com 624 inscritos, o Cidadania, 449, e PC do B do vereador Werner Rempel (foto), 342, e o PSol, com 316 filiados.

Também podem ser contados, vá lá, os pequenos, mas ativos, Podemos, com 131 alistados, o NOVO (114), o PROS (91), o Solidariedade (89), PSC (85) e, suprema concessão, o DC (com 74 filiados).

Todos os demais, com todo o respeito que têm direito, não merecem outra alcunha senão minúsculos. Pelo menos em Santa Maria. Vale para PV (57 filiados), PMN (54) e Rede (52). Mas, sobretudo, é o que significam os pequerruchos mais pequerruchos na cidade: Avante (33), Agir (31), PSTU (19), PRTB (14), Patriota (12), PCB (9), PCO (3) e UP (2).

Indocilidade se amplia no PDT e os tucanos ganham mais tempo

Foto: Arquivo/Diário
Foto: Arquivo/Diário

PDT INDÓCIL - Parte significativa do PDT santa-mariense está indócil e cada vez menos esconde isso. Quer porque quer uma convenção partidária para maio, com o fim da provisoriedade que já dura pelo menos dois anos e que mantém o ex-vereador Marcelo Bisogno na Presidência municipal.

Como disse alguém, não é nada contra Bisogno, mas contra o “imobilismo no partido”. Bem entendido que aqui se trata da fala de militante próximo a Paulo Burmann (foto), o único do PDT/SM hoje com alcance estadual - inclusive por ser diretor da Secretaria de Educação.

Há o entendimento, e isso corre também por fora do PDT, que o partido tem bons quadros, que poderiam formar uma grande e competitiva nominata à Câmara e apresentar o nome (Burmann?) para ser candidato a vice ou mesmo a prefeito em chapa à esquerda, com Bisogno liderando o esquadrão para o Legislativo e engrandecendo a sigla criada pelo falecido Doutor Leonel.

É uma tese. Que, diz-se, será apresentada em eventual convenção ainda neste semestre. Se ela acontecer.

TEMPO TUCANO - Enquanto isso, o PSDB santa-mariense vai esperar um pouco mais para decidir seu futuro estafe diretivo na comuna. Ficou para agosto o encontro municipal que definirá novos Diretório e Executiva, hoje liderada pelo secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves.

Duas questões, assim, ganham tempo para uma solução pelo tucanato local. Uma é a própria direção, que até pode continuar a mesma, mas deverá ser fortalecida em função das duras negociações previstas para a formação da aliança visando a Prefeitura.

Outra é a conversa que deverão ter com o vice-prefeito Rodrigo Decimo. Há quem gostaria de vê-lo filiado ao partido de Eduardo Leite e Pozzobom. Mas existe quem entenda, inclusive para facilitar a criação de um frentão “antiesquerda” (leia-se Anti-Valdeci), que o melhor seria ele continuar no União Brasil. Mas tudo isso tem que ser negociado com o próprio, claro. Assim, o adiamento de tudo para agosto vem a calhar. A ver.

Luneta

PROVISÓRIOS

Chega a impressionar o número de siglas com direção provisória em Santa Maria. Isto é, nomeada pelas executivas estaduais, algumas inclusive na mesma situação, e não por convenções regularmente convocadas. E não são pequenas agremiações (destas, muitas sequer têm direção). São os casos, por aqui, de PDT, PSD, Podemos, Republicanos e PL. Direção permanente? PSDB, PP, PSOL, PC do B, PT, MDB e PSB.

DO CORREDOR

Como diria o Guri de Uruguaiana, nos corredores do Palacete da Vale Machado, “só se fala de outra coisa”. No caso, a pressão interna e externa à bancada do PP para que o partido embarque no governo municipal - se convidado. Os mais ideológicos, ainda que não tenham o cenário claro para 2024, travam o debate. Não querem saber do assunto. Que, no entanto, não para de ser falado pelo entorno.

E O TONY?

Ninguém duvide: Tony Oliveira estreita laços com seu público, que o acompanha no rádio e que, em parte, é seu apoiador político. Dito isto, talvez nem ele saiba por qual sigla disputará o pleito de 2024. Até pode ser o Podemos. Desde que ordem “de cima” não leve a composição com o governo. A candidatura a prefeito ficou chamuscada pelo desempenho aquém do esperado em 2020. Então, a Câmara é a meta.

ESTRATEGISTA

Nos círculos do poder governista a volta de Ewerton Falk (foto) ao primeiro escalão da Prefeitura é saudada. O recém-empossado presidente do Instituto de Planejamento, afora ser um dos que é considerado parte do grupo de estrategistas, ajuda a fortalecer a relação com o PL. Que, por sinal, não obstante os quadros qualificados, é, em termos de filiados, um dos primos menos ricos no consórcio governista.

PARA FECHAR!

O colunista se dispôs a pesquisar. Segundo a Wikipedia, o Unidade Popular é um partido “de extrema esquerda”, que existe no Brasil desde dezembro de 2019. Três anos e pouco, portanto. Uma criança. E, minúsculo entre os minúsculos. Tem 3.555 eleitores filiados em todo o território do País. Não é de estranhar, assim, que seja o nanico entre os nanicos em Santa Maria, onde conta exatos dois alistados.

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