Após a ocorrência de casos de intoxicação por metanol, o Ministério da Saúde enviou uma nota técnica orientando os Estados e municípios brasileiros a notificarem imediatamente todas as suspeitas relacionadas a esse tipo de intoxicação. Até o momento, foram registrados 22 casos no país: 7 confirmados e 15 em investigação. Outras 4 notificações foram descartadas.
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Com relação a mortes, a pasta confirmou um óbito comprovadamente causado por consumo de bebida alcoólica adulterada e outros quatro estão em investigação. Todos os casos ocorreram no estado de São Paulo.
A situação é classificada como um Evento de Saúde Pública (ESP), por isso é necessário ampliar a sensibilidade do sistema de vigilância e atenção à saúde em todo o território nacional para a detecção precoce e tratamento dos casos.
Medidas
O caso é considerado suspeito quando o paciente, que ingeriu bebida alcoólica, apresenta a persistência ou piora de sintomas, como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alteração visual, entre 12 horas e 24 horas após o consumo. Na nota, o Ministério da Saúde aponta quais ações devem ser adotadas pelos serviços de saúde para uma condução adequada e comunicação dos casos, como:
- Definição de caso
- Aspecto clínico
- Conduta frente ao caso suspeito ou confirmado
- Vigilância e notificação dos casos
Cenário atual
O número de casos registrados entre agosto e setembro acende um alerta para a possível adulteração de bebidas alcoólicas. Até então, o Brasil contabilizava cerca de 20 casos de intoxicação por metanol ao longo de todo um ano, o que torna o atual cenário atípico.
O antídoto específico para os casos confirmados de intoxicação por essa substância é o etanol produzido por laboratórios ou farmácias de manipulação, em grau de pureza adequado para uso médico. A administração, intravenosa ou oral, é sempre controlada. Quando há necessidade clínica, o Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou as secretarias de saúde solicitam a manipulação do produto.
O Brasil conta com 32 CIATox, centros de referência especializada em toxicologia para orientação, diagnóstico e manejo de intoxicações, além de apoio à toxicovigilância e à gestão de risco químico.
Além da nota técnica, o Ministério da Saúde disponibiliza o protocolo de notificação de caso suspeito de intoxicação exógena no Guia de Vigilância em Saúde.