Foto: Lucas Amorelli (BD, 3/04/2017)
Político é suspeito de envolvimento em furto a uma ótica, em janeiro deste ano, que resultou em prejuízo de R$ 12 milhões ao estabelecimento
O ex-vereador Marion Mortari, preso por suspeita de envolvimento em um furto milionário a uma joalheria de Ijuí, no norte do Estado, foi transferido para o Presídio Estadual de Agudo na quinta-feira (12). Ele estava preso desde 31 de julho na Penitenciária Modulada de Ijuí e teve a transferência concedida à Região Central para ficar mais próximo da família, que reside no interior de Restinga Sêca.
Conforme o advogado que representa Marion, Gustavo Flores, o ex-vereador está bem de saúde e se colocou à disposição dos agentes penitenciários para exercer algum tipo de trabalho interno no presídio. Além disso, a defesa informou que um pedido de Habeas Corpus foi solicitado ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), que deverá ser julgado nas próximas semanas.
– Nós, da defesa, nunca nos conformamos com os motivos dessa prisão e estamos confiantes de que o pedido de soltura vai ser concedido para que ele responda o processo em liberdade – afirma Flores.
Marion Mortari recebeu o comunicado do processo e, agora, a defesa tem até 10 dias para responder de forma escrita às acusações que estão sendo feitas ao político.
– Esse é o primeiro passo dentro de um processo criminal. Nessa fase vamos averiguar se tem nulidades, se a denúncia cumpre todas as condições para que ele seja acusado e preso. É nessa fase que a defesa aponta quais são as provas que deseja produzir e quais testemunhas indicar – informa o advogado.
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Relembre o Caso
Batizada de Operação Áurea, a ação foi desencadeada pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o objetivo de investigar o furto à Óptica Wolff, no centro de Ijuí. O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2024 e resultou em um prejuízo de mais de R$ 12 milhões ao estabelecimento.
As investigações tiveram início no mesmo dia do crime. De acordo com o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Antissequestro (Dras/Deic) de Florianópolis (SC), que deu suporte à polícia gaúcha, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Santa Maria e na capital catarinense, além de presos três suspeitos de envolvimento no furto. Dois foram capturados em Santa Maria, entre eles, Marion Mortari. Também foram apreendidos veículos de luxo e feito o bloqueio de contas.
Segundo a investigação, Marion teria alugado o carro que foi usado no furto. A quebra de sigilo telemático indicou que o ex-vereador teria estado em Ijuí no dia do crime.
Eleições municipais de 2024
Marion Mortari é ex-vereador e na época do crime estava na lista dos 22 candidatos à Câmara de Santa Maria para as eleições deste ano. No entanto, por decisão Executiva Estadual do União Brasil, o nome de Marion foi excluído da lista enviada pelo partido ao TRE.