eleições 2018

O que os candidatos a governador propõe para melhorar a segurança na região


Foto: Renan Mattos (Diário)

Com a violência atingindo até as cidades mais pacatas da região, a população clama por mais segurança, missão para o futuro governador. Na segunda reportagem da série sobre eleições, o Diário abordou o tema, um dos mais preocupantes aos olhos da comunidade de Santa Maria e de mais 38 municípios.

Além dos ataques bem articulados de quadrilhas a agências bancárias, assaltos a estabelecimentos comerciais assustam seus proprietários, que evitam abrir à noite ou só atendem pela grade. A população em geral também está exposta à violência, seja a pé ou de carro.

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Especialistas ouvidos na reportagem apontam que não basta só aumentar o efetivo de policiais, que vem encolhendo com o passar dos anos, é preciso investimentos em videomonitoramento e cercamento eletrônico. Eles apontam, ainda, que há a necessidade da implementação de ações de prevenção com geração de emprego e renda, integração da juventude com a escola e um plano de segurança, entre outras alternativas. 

A partir da reportagem, os oito candidatos ao governo do Estado foram convidados a apresentarem suas propostas para a segurança: Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), José Ivo Sartori (MDB), Julio Flores (PSTU), Mateus Bandeira (Novo), Miguel Rossetto (PT), Paulo de Oliveira Medeiros (PCO) e Roberto Robaina (PSol). Foi dado espaço igual para todos os concorrentes. Só quem ultrapassou o tamanho estabelecido teve o final do texto cortado, no caso da segurança foi retirada a parte final da resposta do candidato Jairo Jorge. Os demais concorrentes não chegaram a usar todo o espaço disponível. Na próxima semana, os postulantes ao Piratini serão convidados a apresentarem propostas para o tema emprego.

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Dos oito concorrentes, só Julio Flores e Paulo de Oliveira Medeiros não enviaram as respostas. Confira as propostas dos candidatos por ordem alfabética:  

Eduardo Leite (PSDB) Coligação - PSDB, PTB, PRB, PPS, PHS, Rede e PP 
Converter a sensação de medo em sentimento de segurança é um dos maiores desafios do próximo governo. Mudar esse quadro necessita envolver toda a sociedade, ação integrada dos governos municipal, estadual e federal, valorização dos servidores, estratégias de gestão voltadas para resultados e reinserir o infrator na sociedade. E políticas de prevenção, repressão qualificada, inteligência inovadora, atendimento ao cidadão.

O combate ao crime não pode se restringir à reação ao crime, mas em atuar nas suas causas. As forças de segurança devem valer-se da colaboração do setor privado e das entidades de assistência social, do uso de tecnologias modernas de identificação, monitoramento e controle da criminalidade.

E investir em inteligência e inovação, atuar fortemente na prevenção, promover eficiência na gestão da segurança e construir presídios que reabilitem. Vamos criar ambientes que eduquem e fazer com que o detento se integre novamente à sociedade em condições de não retornar ao crime.

Jairo Jorge (PDT) Coligação - PDT, Avante, PV, Pode, PPL, PMB e Solidariedade 
Temos o menor efetivo da história da Brigada Militar, e a situação pode piorar se aderirmos ao regime de recuperação fiscal proposto pela União, que só permitirá a nomeação de novos policiais em casos de aposentadoria. Não vamos deixar isso acontecer. Vamos ampliar o efetivo da Brigada, Susepe, IGP e Polícia Civil. Isso será possível com o aumento da arrecadação do Rio Grande ao diminuir a alíquota do ICMS com a Lei do Gatilho, que coloquei em prática como prefeito de Canoas e lá triplicamos a arrecadação.

Em Canoas, também fizemos investimentos em 180 câmeras de monitoramento, conectadas a um Centro Integrado de Comando. Vamos utilizar a tecnologia nos municípios do interior, somada à valorização dos servidores e a regionalização das polícias para garantir mais segurança também nas zonas rurais onde o furto de animais ainda é uma constante.

No sistema prisional, vamos trabalhar com parcerias público-privadas, assim como fizemos em Canoas, onde instalamos único presídio gaúcho com bloqueador de celular.

José Ivo Sartori (MDB) Coligação - MDB, PSD, PSB, PR, PSC, Patriota, PRP, PMN e PTC
Segurança sempre foi prioridade. Nossas ações resultaram na redução de indicadores em todo o Estado, sobretudo de homicídios, que caíram 24,5% em 2018. Promovemos a maior recomposição dos quadros com 4.290 novos servidores e concurso para mais 6.100. A área foi a única com aumento no orçamento do Estado. E a inédita Lei de Incentivo à Segurança garantirá cerca de seis vezes mais recursos. 

O Sistema de Segurança Integrada está em mais de 420 municípios. Ampliamos as bases de policiamento comunitário e reforçamos o policiamento ostensivo. Abrimos mais de 3 mil novas vagas prisionais no Estado e outras 836 estão em construção, via programa de permuta de imóveis do Estado, que será fortalecido.

Instalamos a Delegacia de Homicídios em Santa Maria e criamos a Força Gaúcha de Pronta Resposta. Ampliaremos os investimentos em prevenção e em tecnologia, com o cercamento eletrônico e videomonitoramento. Neste rumo, o RS será referência em enfrentamento ao crime para o país.

Mateus Bandeira (Novo)
O aumento da violência é resultado de décadas de governos irresponsáveis com as finanças que não formaram margem financeira para investir em segurança. 

No longo prazo, o caminho para diminuir a criminalidade é o acesso às oportunidades e o aumento do custo de se cometer um crime. Mas, na situação de emergência que vivemos, defendo que a atuação imediata do Estado deve se basear em três pilares: policiamento, sistema prisional e sistema judicial.

É fundamental colocar as contas em ordem para viabilizar o aumento do efetivo das corporações. A mesma lógica vale para os investimentos em equipamentos e tecnologia. Também vamos construir novos presídios buscando financiamentos federais e apoio de parcerias público-privadas.

O fator judicial foge à alçada do governo estadual, mas como governador irei mobilizar as forças políticas para lutar contra leis que estimulam o abrandamento das penas para os criminosos.

Miguel Rossetto (PT) Coligação - PT e PCdoB 
No governo Sartori houve um aumento de 66% nos roubos, 32% nos homicídios e 27% nos latrocínios. Não se faz mais segurança com menos policiais. Segurança se faz com efetivo da polícia e este governo tirou 5 mil policiais e brigadianos das ruas das cidades. Nós vamos recuperar efetivos de polícias, buscar a integração com inteligência e investigação. Nossos jovens não podem ter medo de ir a suas escolas e universidades. Crimes nos entornos das escolas e universidades se tornam cada vez mais comuns. Para combater a violência e dar tranquilidade aos estudantes, vou criar o Batalhão de Policiamento Escolar Comunitário, que garantirá a segurança nessas áreas. Queremos garantir a segurança de todos ao saírem de casa e certificar que todas as gaúchas e gaúchos possam buscar serviços de hospitais e postos de saúde sem medo da criminalidade. O governo federal com Lula presidente vai fazer a sua parte, investindo em segurança e atuando principalmente contra o tráfico e o crime organizado.

Roberto Robaina (PSol) Coligação - PSol e PCB
Segurança é um tema de abrangência nacional e, na nossa visão, para atacar a raiz dos problemas é preciso promover um amplo debate com toda a sociedade sobre a questão das drogas. 

Hoje a orientação da Polícia prioriza o combate aos crimes oriundos do tráfico. O número de encarceramentos no Estado cresceu 28,9% em 3 anos, mas não refletiu em uma melhora na sensação de segurança, o que demonstra a falência dessa política.

Vamos valorizar os servidores da segurança, com pagamento em dia dos salários e recuperação do efetivo. A elaboração do Plano Estadual de Segurança Pública e a mudança na orientação da Polícia, com prioridade para prevenção, combate e investigação dos crimes contra a vida, também são nossos compromissos.

Também é necessário investir em educação para que crimes como feminicídios e contra a comunidade LGBT sejam combatidos. O empoderamento das mulheres, fortalecimento da patrulha Maria da Pena e construção de casas-abrigos para situações emergenciais são fundamentais.

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