Em entrevista, Moraes revela que manifestantes de 8 de janeiro teriam plano de enforcá-lo na Praça dos Três Poderes

Em entrevista, Moraes revela que manifestantes de 8 de janeiro teriam plano de enforcá-lo na Praça dos Três Poderes

Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revelou que os manifestantes que participaram dos atos antidemocráticos em 8 de janeiro de 2023 pretendiam prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes, em Brasília. As declarações foram feitas em entrevista concedida ao jornal O Globo, divulgada nesta quinta-feira (4).

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Planos contra ele

De acordo com Alexandre de Moraes, haviam três planos contra ele com diferentes desfechos. O primeiro previa que as Forças Especiais do Exército o prendessem e o levassem para Goiânia. O segundo, consistia em homicídio, com seu corpo sendo deixado no caminho para Goiânia. 

– E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição – diz Moraes.

Ainda conforme o ministro, houve uma tentativa de planejamento de ataque contra ele. Ele relatou que há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que estaria monitorando seus passos para quando houvesse necessidade de realizar a prisão.

Os atos de 8 de janeiro

Moraes é o relator das investigações sobre o ataque antidemocrático que completará um ano na próxima segunda-feira (8). Em menos de um ano, mais de 30 pessoas foram condenadas pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. 

Durante a entrevista, o ministro cita ter se chocado com a inação da Polícia Militar do Distrito Federal em conter os vândalos que depredavam o local. 

– Afirmo sem medo de errar: não precisaria de 100 homens do Batalhão de Choque para dispersar aquilo – afirmou Moraes.

Segundo ele, algumas decisões tomadas no dia dos atos foram importantes para que outros movimentos antidemocráticos não surgissem em outros Estados. Dentre elas, a decisão de mandar prender o então Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o Comandante-Geral da Polícia Militar, Fábio Augusto Vieira, bem como a determinação de afastamento do governador, Ibaneis Rocha (MDB). 

Além disso, o ministro lembra sobre a importância de determinar a prisão em flagrante imediata de quem permanecesse em frente a quartéis pedindo golpe. Para Moraes, se essas ações não tivessem sido feitas e houvesse a presença de mais pessoas nos quartéis poderia haver um efeito dominó com mais violência, mortes e distúrbios civis no país. 

Ligação para Flávio Dino

Alexandre de Moraes não estava no Brasil no dia 8 de janeiro e sim em Paris, na França, com a família. Após ver imagens de pessoas invadindo o Congresso, seu primeiro contato foi com o ministro da Justiça, Flávio Dino, e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula e Dino comentaram com Moraes sobre a possibilidade de intervenção federal ou Garantia da Lei e da Ordem (GLO). No entanto, Moraes relatou ter relembrado aos dois que, como ocorreu no Rio de Janeiro no tempo do presidente Michel Temer, talvez a possibilidade de intervenção apenas na área da segurança fosse a melhor opção.

Penas para os vândalos

Em relação às críticas que recebe pelas penas dadas aos primeiros condenados, o ministro disse que nunca viu alguém preso achar que a sua detenção é justa. Afirmou que analisa as críticas construtivas, mas que ignora as destrutivas. Os julgamentos começaram em setembro de 2023. O primeiro deles condenou Aécio Lúcio Costa a 17 anos de prisão e a pena foi repetida para outros réus. Moraes frisou, ainda, que os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é somente para os pobres.

Sobre as sentenças, ele lembra que a decisão não é do STF e sim do Legislativo.

– O Congresso aprovou uma legislação substituindo a Lei de Segurança Nacional exatamente para impedir qualquer tentativa de golpe. Se as penas máximas fossem aplicadas em todos os cinco crimes, pegariam mais de 50 anos, mas pegaram 17 (no máximo). Se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime – finalizou.

 


 

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