Lula pelo Brasil

Ato na Nova Santa Marta encerrou passagem de Lula por Santa Maria

Dandara Flores Aranguiz e Gabriela Perufo

Fotos: Charles Guerra (Diário)
Após agenda na UFSM, Lula, acompanhado de outros políticos, esteve na Nova Santa Marta

A caravana de Lula, que passou por Santa Maria na terça-feira, dividindo opiniões de vereadores e da comunidade, se encerrou à noite, em um ato político na área verde, na Nova Santa Marta. Ao contrário do que aconteceu horas antes na Universidade Federal de Santa Maria, quando o público estava dividido entre quem apoiava e quem repudiava o petista, na Região Oeste, a militância predominou. 

A área verde se encheu de gente, mas a estimativa de público não foi informada. Antes que os políticos que protagonizam a carana - Lula e Dilma - chegassem, lideranças locais discursaram em defesa dos governos petistas. Os vereadores de Santa Maria relembraram que, no Legislativo municipal, o partido conseguiu rejeitar a moção de repúdio à vinda de Lula, proposta por parlamentares de outras siglas. 

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Assim que Lula e Dilma chegaram no local, às 20h06min de terça, foram ovacionados pela multidão. Quem conseguiu chegar mais perto, tentou tirar fotos ou abraçar os petistas. Em seu discurso, Dilma falou da coragem e garra das mulheres e citou o processo de impeachment que sofreu em agosto de 2016.  

- Eu sofri dois golpes. O primeiro foi o militar. O segundo foi o parlamentar. Me tiraram do governo, me feriram e praticaram contra mim o pior dos atos, que é a injustiça, pois eles sabiam que eu e ninguém do PT aceitaríamos fazer as reformas que eles tanto queriam - comentou. 

Dilma ainda falou sobre as reformas do governo de Michel Temer, em especial a trabalhista, e chamou a Operação Lava-Jato de "instrumento político de destruição do inimigo".

- Tentaram dar uma aparência legal a uma injustiça descarada. O golpe continua quando passam a executar programas que retiram os pobres do orçamento. Eles sabiam que não seríamos à favor da terceirização, em transformar a pessoa em empresa para não contratar e não pagar os direitos trabalhistas - enfatizou. 

O último a discursar foi Lula. Com mais de 20 minutos de fala, ele relembrou políticas do governo federal enquanto o país teve presidentes do PT. O petista não economizou nas críticas dos atuais governantes do país e das políticas de privatizações e mudanças na legislação trabalhista. Lula relembrou ações como a reforma agrária e políticas sociais como Minha Casa, Minha Vida e o ProUni: "Nós nos metemos a besta e colocamos filhos de pobre na universidade", defendeu. O político criticou envolvidos em manifestações contrárias, incluindo fazendeiros de grande porte: 

- Quando a gente consegue dar R$ 10 para uma pessoa humilde, ela fica o resto da vida agradecida. Quando você dá um bilhão para que os fazendeiros daqui comprem máquinas, comprem caminhonetes, eles não só não são agradecidos como passam o tempo inteiro falando mal do governo do PT. Por mais que a gente financiasse a agricultura no Rio Grande do Sul, toda eleição eles se colocavam contra nós. Em 2006, quando viemos aqui, tinham as caminhonetes do último tipo, de fazendeiro que pegava dinheiro do governo federal. Ele tinha dois prazeres na vida: pegar dinheiro do governo federal e depois dar o calote no governo. (...) Se eles tratassem os empregados dele igual eles tratassem os cavalos deles, os empregados deles estariam muito bem de vida. Tô cansado de ver cavalo comer maçã e ver criança crescer sem poder comer maçã. Essa gente derrubou a Dilma e essa gente não quer que eu volte (...) Eles não querem que a gente volte porque durante 12 anos o salário mínimo aumentou de acordo com o PIB e a inflação. Porque durante 12 anos todas as categorias de trabalhadores receberam ajustes. 

Lula disse, ainda, que espera que o partido o lance como candidato a presidente para que ele possa provar que o Brasil volte a crescer e defender a classe trabalhadora. 

- Eles só tem interesse. Tá ruim o Brasil? A aposentadoria é culpada. Tá ruim o Brasil? Vamos cortar o direito do trabalhador. Tá ruim o Brasil? Vamos vender um pedaço deste país. Eu não vou vender este país - discursou.

A comitiva deixou o local por volta das 22h. A caravana seguiu para São Vicente do Sul, onde, na manhã desta quarta-feira, foi recebida com protesto de ruralistas e estudantes e, depois, festa de apoiadores, no campus do Instituto Federal Farroupilha. Pela tarde, a agenda seguiria em São Borja. 

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