Foto: Governo do Estado (Instagram/Reprodução)
A Secretaria da Mulher está de volta ao governo do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (25) pelo governador Eduardo Leite (PSD), em reunião no Palácio Piratini, com deputadas ligadas ao tema. Agora, com o nome de Secretaria de Políticas para as Mulheres, a pasta retorna 10 anos após ter sido extinta.
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O principal objetivo, segundo o governo, é garantir mais efetividade e ampliar a rede de proteção às gaúchas. A decisão de retomar a secretaria ganhou força diante do crescimento dos casos de violência doméstica e dos altos índices de feminicídios registrados no Estado nos últimos anos. No feriado de Páscoa, por exemplo, 10 mulheres foram mortas no RS, uma delas em São Gabriel.
A nova secretaria deve integrar ações como o programa Ser Mulher, a estratégia de monitoramento de agressores, a Delegacia da Mulher online, as Patrulhas Maria da Penha e o Avança Mulher Empreendedora.
Ao longo da reunião, o governador informou que Estado já destinou R$ 191,5 milhões em valores de ações exclusivas ou majoritariamente para mulheres em 2025.
Veja abaixo o que foi apresentado no encontro
A nova secretaria
- Intersetorialidade eficiente: articulação institucional permanente para garantir que saúde, segurança, educação e assistência atuem juntas
- Ampliação da rede de acolhimento e proteção: mais CRMs, abrigos, Casas da Mulher e delegacias especializadas para chegar onde o Estado ainda não chega
- Qualificação profissional e inclusão econômica: fomento à autonomia das mulheres vítimas de violência por meio de trabalho, renda e formação
- Campanhas permanentes e formação em direitos: ações contínuas para conscientização social e enfrentamento das violências estruturais
- Gestão baseada em dados e resultado: planejamento orientado por evidências, indicadores e metas, com avaliação constante do impacto das ações
Departamento de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher
Divisão de Prevenção à Violência contra as Mulheres
Coordenação, execução, apoio e monitoramento das ações do eixo Prevenção
Objetivos
- Ampliar programas de prevenção e formação sobre direitos das mulheres e masculinidades com mais órgãos envolvidos e mais vagas ofertadas
- Treinar organizações voluntárias para realizar escuta inicial e oferecer orientação adequada
- Ampliar a divulgação de informações sobre medidas protetivas
Divisão de Proteção à Mulher
Monitoramento e apoio às ações do eixo Proteção
Objetivos
- Ampliar o Programa de Monitoramento do Agressor e a atuação da Patrulha Maria da Penha nos municípios
- Replicar o uso de tecnologias como o app “Todas Nós, Marias” para resposta rápida em situações de risco
- Divulgar dados sobre todas as formas de violência previstas na Lei Maria da Penha para ampliar a conscientização e o enfrentamento
Divisão de Acolhimento à Mulher
Coordenação, execução e apoio às ações do eixo Acolhimento
Objetivos
- Melhorar o acesso à informação com mapas de serviços, dados sobre violências e orientações claras na
- Delegacia Online
- Fortalecer a rede de apoio com mais abrigos adaptados para mulheres e seus dependentes e capacitação de voluntários para escuta e orientação
Desafios
- A consolidação das políticas para mulheres exige agora uma estrutura dedicada, que fortaleça a coordenação transversal, a gestão baseada em dados e evidências, e a capacidade de alocar recursos de forma mais eficiente
- A ampliação e diversificação das ações torna, cada vez, mais necessário a criação de um modelo integrado de execução, monitoramento e acesso a fontes específicas de financiamento
- A rede de proteção ainda é fragmentada e insuficiente frente à demanda real dos territórios
O que está sendo feito
Secretaria da Segurança Pública
- Programa de Monitoramento do Agressor – R$ 19,2 mi
- Patrulha Maria da Penha – R$ 2,5 milhões/ano
- Delegacia Online da Mulher
- 27 Deams + 63 Salas das Margaridas
- Sala Lilás (perícias)
- Cursos Maria da Penha
- Ouvidoria da Mulher
Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos
- CRM Vânia de Araújo + apoio a 81 CRMs (Centro de Referência da Mulher) Municipais
- Casas da Mulher Gaúcha / Casas da Mulher Brasileira
- Reposição de Ônibus Lilás
- Conselho e Conferência Estadual dos Direitos das Mulheres
- Rede Lilás
- Conexão Mulher
- Capacitação de técnicas dos CRMs
- Encaminhamento de cotas em contratos federais
Secretaria de Desenvolvimento Econômico
- Avança Mulher Empreendedora
Secretaria da Educação
- Livres para Aprender (distribuição de absorventes)
- Semana Maria da Penha nas Escolas
- Curso “Gurias e Guris” (EaD)
- Cipaves – ações escolares
- Protocolo contra violência de gênero e LGBTQIA+fobia
- Programa Gurias da Inovação
- Programa Mulheres Mil (com PRONATEC)
Secretaria de Desenvolvimento Social
- Programa Mãe Gaúcha – R$ 20 milhões/ano
- Família Gaúcha – R$ 120,8 milhões (22 meses)
- Inclusão Socioprodutiva (1.500 pessoas/ano)
- Empreender Social RS – 15 mil vagas
Secretaria da Saúde
- Ser Mulher– R$ 34 milhões/ano
- Geração Consciente – R$ 1 milhão/ano
- PIM – Primeira Infância Melhor – R$ 44 milhões/ano
- CRAIs – Centros de Referência no Atendimento Infantojuvenil (7 ativos, expansão para 11)
- Saúde na Escola (6.887 escolas)
- Equalisah – formação de profissionais da APS
- Comandos de Saúde – saúde e masculinidade
- Ações com Opas e Unesco sobre masculinidades
- Vidas Alerta (foco em mães adolescentes)
- Prevenção à violência com protocolos intersetoriais
Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Profissional
- Rede Mulher Sine/ FGTAS
- RS Qualificação – 3.427 mulheres qualificadas
- Mulheres Empoderam Mulheres (área de tecnologia)
- Quitandas (apoio a mulheres com renda informal)
- Oficina de Economia Solidária
Principais desafios
- A consolidação das políticas para mulheres exige agora uma estrutura dedicada, que fortaleça a coordenação transversal, a gestão baseada em dados e evidências, e a capacidade de alocar recursos de forma mais eficiente
- A ampliação e diversificação das ações torna, cada vez, mais necessário a criação de um modelo integrado de execução, monitoramento e acesso a fontes específicas de financiamento
- A rede de proteção ainda é fragmentada e insuficiente frente à demanda real dos territórios