A polêmica publicação de Ricardo Blattes

Uma manifestação do vereador Ricardo Blattes (PT) em seu perfil pessoal do Facebook gerou polêmica. Após a visita do vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), ao município para participar da Festa Nacional da Artilharia, no Regimento Mallet, o parlamentar publicou que tratava-se de um "teatrinho dos milicos" e que Mourão veio "assistir uma peça de teatro a céu aberto, com a milicada fantasiada fazendo jogral". Antes, no entanto, afirmou que pensava que os militares passavam boa parte do tempo pintando meio-fio.

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Não pegou nada bem a publicação do vereador. A postagem foi "printada" e espalhada por grupos de WhatsApp, ganhando diversas manifestações.

REPERCUSSÃO

A Câmara de Vereadores de Santa Maria, por meio de seu presidente, vereador João Ricardo Vargas (PP), emitiu uma nota de apoio à 3ª Divisão do Exército (3ªDE). Sem entrar na polêmica de forma direta, o texto reiterou o seu respeito ao Exército Brasileiro e a seus militares, acrescentando que "o povo que não valoriza e cultiva suas histórias não respeita os atores sociais que fizeram desta terra um bom lugar para viver", em clara referência às homenagens feitas ao patrono da Arma de Artilharia, marechal Emílio Mallet, e da Batalha de Tuiuti, rememorada no último sábado, e criticada pelo vereador Blattes.

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A Sociedade Amigos do "Boi de Botas" emitiu uma nota de repúdio à manifestação, afirmando que a publicação é tendenciosa e pejorativa. Segundo a nota, as manifestações referidas à solenidade "demonstram total desconhecimento da história do nosso país". A Sociedade Amigos do "Boi de Botas" também pede uma retratação pública.

Ontem, no Legislativo (foto acima), o embaraço da publicação não ficou esquecido. Vários parlamentares exaltaram a Festa Nacional da Artilharia, o patrono da Arma de Artilharia, o Exército, e o que esses símbolos e instituição representam a Santa Maria, ressaltando que "só fala (daquele modo) quem não conhece a história". As principais falas, no entanto, foram na tentativa de consertar o constrangimento causado à Casa e mostrar que o Parlamento respeita as instituições.

DEFESA

Na tribuna do Legislativo, Blattes disse querer desfazer "falsas polêmicas", não recuando de seu posicionamento, mas dando outras interpretações para o que escreveu.

Segundo ele, foram feitas críticas políticas, destacando que quando alguém vai para as forças armadas, vai para servir ao Estado brasileiro e não para se fantasiar de militar do século 19 e, nas palavras dele, fazer jogral para o vice-presidente, pois não é para isso que o Exército Brasileiro existe.

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- Em um momento como hoje, que é impossível alguém tocar violão num bar, as forças armadas se permitem fazer um teatro para receber o vice-presidente Mourão, que vem se lançar candidato a senador. Estou fazendo a crítica política, não é para isso que o Exército existe - comentou Blattes, dizendo, ainda, que ele e sua família foram ameaçados após a publicação.

Em meio à disputa pela vinda da ESA e os inegáveis benefícios à cidade, talvez tenha faltado bom senso ao vereador.