Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Em reportagem publicada na edição de ontem, o Diário mostrou setores do atual prédio da Câmara de Vereadores de Santa Maria que estão deteriorados devido a infiltrações, necessitando uma reforma. Ao redor do plenário, paredes estão com a pintura e o reboco despencando, além do piso do assoalho estar se soltando e parte do telhado ter água empoçada da chuva.
Também os banheiros e a escada na parte interna do prédio precisarão passar por adequações para a acessibilidade. Em breve, a direção da Casa deve encaminhar licitação para contratar uma empresa que fará o levantamento das obras necessárias e a estimativa de recursos.
Essa é uma obra que não se questiona, pois os problemas são visíveis.
FOTOS: cheio de infiltrações, prédio da Câmara de Vereadores precisa de reformas
Agora, a construção de uma nova sede não era necessária. Emperrada desde 2013 e alvo de apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e de investigação pelo Ministério Público, a obra sofre com o desgaste do tempo e virou desperdício público, já que foi investido R$ 1,6 milhão. Entra ano e sai ano, há uma incerteza sobre a continuidade da nova sede. Parece-me que os vereadores não estão mal acomodados em seus gabinetes, então, não haveria necessidade de fazer uma obra nova e grandiosa.
Em se tratando de verba pública, tem de se analisar as prioridades e o que faz sentido. Era mais plausível reformar o atual prédio da Vale Machado, uma vez que, pelo projeto, o plenário ficaria no mesmo lugar e, em 2012, quando se iniciou a obra, certamente, as infiltrações já davam sinais (talvez não tão visíveis quanto hoje). O dinheiro gasto com a nova sede, candidata a elefante branco, poderia ter sido usado e na reforma e restauração do atual edifício. Lamentavelmente, a construção de uma nova sede foi um grande equívoco. Enquanto isso, o atual prédio necessita de recuperação urgente e, dificilmente, terá dinheiro para duas obras.