Foto: Redes Sociais (Reprodução)
O vereador de Porto Alegre Marcelo Ustra da Silva Soares, conhecido como Coronel Ustra (PL), declarou que pretende instalar uma estátua do militar Carlos Alberto Brilhante Ustra em Santa Maria, caso alcance um cargo maior no país. A fala foi feita durante uma entrevista ao programa Raio-X, da Porto Alegre 24 Horas TV, na segunda-feira (24). O parlamentar também criticou prefeitos que “gostam de demolição” de monumentos.
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As declarações
Ao comentar debates recentes sobre remoção ou substituição de monumentos, tema que tem mobilizado cidades brasileiras em razão de estátuas de figuras históricas controversas, o vereador criticou gestores municipais que, segundo ele, teriam estímulo para demolir homenagens públicas. Na sequência, o vereador afirmou que pretende homenagear o coronel nascido em Santa Maria, caso alcance cargos maiores na esfera federal.
– Se eu chegar mais alto do Brasil, vou colocar uma estátua do Coronel Brilhante Ustra lá em Santa Maria, na cidade que ele nasceu. Esse é realmente um verdadeiro herói nacional que lutou contra organizações terroristas que queriam implementar no Brasil a ditadura do proletariado.
Parentesco
Marcelo Ustra é primo de Carlos Alberto Brilhante Ustra. Nas redes sociais, o porto-alegrense demonstra orgulho da trajetória do primo, a quem descreve como "o pavor de Dilma Rousseff". Durante o período militar, a ex-presidente foi torturada em sessões comandadas por Brilhante Ustra.
Ele foi eleito vereador pelo PL em 2024, em Porto Alegre, com 2.669 votos, e contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua candidatura.
Quem foi Carlos Alberto Brilhante Ustra
Nascido em Santa Maria, Ustra comandou entre 1970 e 1974 o DOI-Codi de São Paulo, órgão central da repressão da ditadura militar. Documentos oficiais e decisões da Justiça apontam que 502 pessoas foram torturadas e 50 foram mortas no período em que ele esteve no comando. Em 2008, ele se tornou o primeiro militar brasileiro reconhecido pela Justiça como torturador.
Ustra negava as acusações, embora tenha admitido, em 2014, a possibilidade de “excessos” e reconhecido participação em interrogatórios. Morreu em 15 de outubro de 2015, aos 83 anos, vítima de câncer, em Brasília.
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