Progressistas e MDB conquistam quase 70% das 38 prefeituras da região

O Progressistas e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) têm muito para comemorar com o resultado das urnas no 1º turno. Os dois partidos juntos conquistaram 68% das 38 prefeituras das cidades de cobertura do Grupo Diário. O Progressistas elegeu 16 prefeitos (42% do total), e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) garantiu vitória em 10 municípios (26%). Além das duas legendas, outras cinco siglas elegeram prefeitos nas cidades do centro do Estado (confira abaixo).

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O candidato Marcelo Gorski de Matos (Peru), eleito prefeito de Santiago, foi o que mais recebeu votos pelo Progressistas. Um total de 15.729, que representaram 58,12% sobre os adversários. Pelo MDB, a mais votada foi a atual prefeita de Cruz de Alta, Paula Rubin Facco Librelotto, que se reelegeu com 30.308 votos (88,70%).

Consolidação da direita ao longo dos anos

Conforme o cientista político e professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) José Carlos Martines, o predomínio de ideologias centro-direita não é uma novidade deste pleito. Ambos partidos são tradicionais na região e, há anos, consolidam-se entre os mais votados.

– Considerando que a região tem cidades pequenas e estrutura econômica ainda muito centrada na agricultura, isso pode justificar a predominância desses partidos de centro-direita. Esses partidos não são fortes nacionalmente, mas, em nível local, são muito competitivos – afirma Martines.

No pleito municipal de 2020, as duas siglas também lideraram as disputas às prefeituras da região, mas com uma inversão nas posições. Em primeiro lugar, o MDB elegeu 12 prefeitos e, em segundo, o Progressistas elegeu 10.

Para o professor, as eleições na região foram um reflexo do contexto que ocorre nacionalmente:

– O chamado “campo da direita” está bastante empoderado nacionalmente e a região reflete isso. O Rio Grande do Sul sempre teve um viés mais conservador no interior, diferente da capital que é mais progressista – explica Martines.

Cenário que se repete no Estado e no país

Os municípios da Região Central reproduziram o mesmo cenário observado no contexto gaúcho em que o Progressistas e MDB conquistaram 58% das 497 prefeituras. O PP elegeu 164 prefeitos (33% do total) e o MDB elegeu 125 (25% do total). Em todo o país, ambos os partidos também ficaram entre os primeiros da lista que mais elegeram candidatos, na seguinte ordem: Partido Social Democrático (PSD), MDB e PP.

O alcance do partido é visto com bons olhos pelo presidente estadual do Progressistas no Rio Grande do Sul, deputado federal Covatti Filho. Um dos motivos para a hegemonia, é, segundo Covatti, a capacitação dos políticos para exercerem cargos de liderança e a Região Central foi um dos focos nesta campanha:

– A região sempre teve boas gestões. Por isso, desde o ano passado, estamos capacitando os nossos candidatos, com cursos de preparação. Nós conseguimos colocar candidatos preparados, comprometidos com a sociedade, defendendo principalmente as bandeiras do partido – afirma o deputado.

No MDB, o presidente da sigla, deputado estadual Vilmar Zanchin, avalia o avanço do partido como resultado do estímulo a lideranças locais, tanto em cidades do interior, quanto em municípios de grande porte.

– Nós incentivamos com recursos financeiros do fundo eleitoral, todas as nossas candidaturas, desde o vereador, o vice-prefeito até o prefeito, que é uma forma de incentivar que os militantes que tenham essa vontade de servir sua comunidade concorrendo a um cargo eletivo tenha esse suporte nas disputas – avalia.

Os dirigentes de ambos os partidos afirmaram que a estratégia de eleger mais candidatos também mira no fortalecimento do pleito de 2026, que escolherá novos deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente.

Para o professor de ciência política, apesar da supremacia centro-direita, o cenário na região não deve ser tão polarizado quanto no país inteiro:

– A ideologia em cidades pequenas não é tão clara quanto no cenário nacional. No dia a dia da administração acaba sendo mais pragmático. É por isso que, às vezes, um partido de direita se une com o de esquerda. É natural da política e de um país muito grande e diverso.

Distribuição dos partidos nos 38 municípios da região

Caçapava do Sul, Dona Francisca, Ivorá, Lavras do Sul, Nova Palma, Paraíso do Sul, Pinhal Grande, Quevedos, Santiago, São João do Polêsine, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicente do Sul, Toropi, Tupanciretã e Unistalda terão prefeituras comandadas pelo Progressistas a até 2028. Já Cacequi, Cruz Alta, Faxinal do Soturno, Formigueiro, Jaguari, Jari, Restinga Sêca, Santana da Boa Vista, Silveira Martins e Vila Nova do Sul serão geridas por políticos que representam o MDB.

Santa Maria decidirá em 2° turno

Santa Maria, o maior município da Região Central, decidirá sobre o comando do Executivo no 2° turno, em 27 de outubro. A disputa ficou entre um partido de esquerda e um de centro-direita com os candidatos Valdeci Oliveira, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Rodrigo Decimo, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No primeiro turno, Valdeci ficou com 40,63% dos votos válidos, e Rodrigo Decimo obteve 25,86%.

Veja os candidatos do Progressistas eleitos e reeleitos na Região Central: