Polícia Civil faz sigilo sobre investigação do assassinato dos professores da UFSM; crime completou um mês

A morte dos professores do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) durante um assalto a um hotel em Mato Castelhano, no norte do Estado, completou um mês no domingo (25). Neste período, poucas informações foram divulgadas pela Polícia Civil sobre o crime que repercutiu em todo o país.

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A ação aconteceu na madrugada do dia 25 de julho, uma quinta-feira. Dois assaltantes renderam hóspedes do Hotel Romanttei, e mataram a tiros os professores Fabiano de Oliveira Fortes, 46 anos, e Felipe Turchetto, 35. Eles retornavam de um estudo de campo na Floresta Nacional de Passo Fundo. Com eles estavam outro professor do curso e um grupo de cerca de 15 alunos que presenciaram o crime.

Três dias depois do assalto com morte, dois suspeitos foram presos pela Polícia Civil. Um deles segue detido no Presídio Regional de Passo Fundo. O outro foi solto depois que a Justiça revogou a prisão. Essa decisão ocorreu depois que a polícia encontrou um vídeo de câmera de segurança que mostrava o suspeito em Passo Fundo na data do crime.

Questionada sobre a evolução das investigações e a prisão do outro envolvido no crime, a Polícia Civil informou que o inquérito deve ser concluído nesta semana e que o caso corre em sigilo enquanto se aguarda o resultado de perícias. Segundo a polícia, os exames papiloscópicos (impressões digitais) seguem em andamento. O caso é investigado como latrocínio (roubo com morte) duplamente qualificado.

Impacto nas atividades acadêmicas

O Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM informou que precisou fazer uma reorganização interna entre os professores do quadro do curso de Engenharia Florestal para que a disciplinas de manejo florestal e biometria, que eram ministradas pelos professores, aconteçam no próximo semestre que se inicia no dia 9 de setembro. Além disso, um processo seletivo para professor substituto será organizado para atender a essa demanda do CCR.

Conforme o professor Alessandro Dal' Col Lúcio, diretor do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM, o clima ainda é de comoção entre os alunos, principalmente aqueles que presenciaram o crime. 

- Tudo que está ao nosso alcance de fazer enquanto instituição, estamos fazendo, como o acolhimento a essas pessoas e também o acompanhamento psicológico. Perdemos brutalmente dois colegas que eram muito ativos no nosso Centro e isso mexe muito com a nossa rotina. Ainda vai levar um bom tempo para superar - ressalta.

Relembre o caso 

Os assaltantes deram entrada no hotel na noite do dia 24 de julho e, por volta de 1h30min de quinta (25 de julho), anunciaram o assalto ao hotel Romanteii. Os funcionários do hotel foram rendidos e amarrados na cozinha do estabelecimento, enquanto a proprietária foi levada para outro lugar, onde foi forçada a fazer transferências via Pix. Porém, conforme a polícia, as transações não foram efetivadas, pois os assaltantes informaram dados errados.

Após a tentativa frustrada, um dos criminosos armado voltou para o cômodo onde estavam os reféns enquanto o outro tirava pertences das vítimas, como joias e celulares. De acordo com a investigação, um dos professores conseguiu se soltar e tentou entrar em luta corporal contra o criminoso armado.

Em resposta, o assaltante deu pelo menos três tiros contra o docente. O outro professor, ao ver a situação, tentou reagir e foi baleado. Os demais se esconderam enquanto os assaltantes fugiram. A Polícia Civil não informou qual dos professores teria agido primeiro para tentar conter os assaltantes.